O Globo
O presidente Jair Bolsonaro foi aconselhado
por líderes do Centrão e ministros do Palácio do Planalto a não ir ao ato
marcado pelos bolsonaristas para este domingo, 1o de maio, em várias cidades
brasileiras.
No Rio de Janeiro, as manifestações contra
o STF, que o bolsonarismo dizem ser pela "liberdade de
expressão", acontecerão em Copacabana. O deputado Daniel Silveira (PTB-RJ)
deve estar no palanque.
Segundo interlocutores do presidente no
Centrão, Bolsonaro já estava inclinado a não ir. Para eles, não é
necessário o presidente "provocar mais" o Supremo do que já o fez,
com o
decreto perdoando Silveira e, depois, com o ato no Palácio do
Planalto.
No ato, diante de dezenas de deputados de sua base política, Bolsonaro atacou o ministro do Supremo Luís Roberto Barroso e colocou em dúvida a segurança do sistema eleitoral. Também elogiou Silveira.
Desde ontem, porém, o presidente moderou o
tom do discurso. Em entrevista a uma rádio de Cuiabá, ele disse que que não quis "peitar o Supremo" ao
dar o indulto
a Silveira.
O deputado foi condenado pela Corte à
prisão por oito anos e nove meses e à perda de mandato por ameaçar ministros a
fazer ataques ao tribunal.
Bolsonaro disse ontem que, com seu perdão,
ele quis apenas desfazer uma "injustiça" e reparar um
"excesso" cometido pelo Supremo.
Nos bastidores, porém, o presidente
reconhece que não é hora de ele mesmo cometer novos excessos. Por isso,
não pretende ir aos atos de domingo.
Para ter certeza se ele realmente vai
manter essa disposição, porém, é preciso esperar pra ver. Porque é como diz um
dos membros do Centrão: "a gente nunca sabe quanto de excesso seria o
verdadeiro excesso para Bolsonaro".
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