Existe um EU dentro de mim
que não me pertence
não é meu.
Mas pode estar em mim;
do outro lado de mim.
Lado que comigo não tem contato.
Um EU antagônico para o meu ser de agora
Agora e agônico.
O que faço está mais além desfeito:
É um fazer contrafeito que morre
E renasce, depois, no meu peito.
Nada me vem contra o que está de mim vizinho.
O que me vem é contra o que de eterno em mim me oprime
— Aquilo que está no que era de outra vez;
E que esteve noutro sentido e ainda perdura e se antepõe
E que me destrói, me impõe, me presume e suprime.
Todos os meus atos são atos reflexos
No projetivo espelho tempo/espaço, no fechado não denso.
Correspondência injetiva, deprimente, fria, de interno entorno.
Ouço a voz paralela a minha voz,
Ouço o canto que é um eco do que, outrora, foi meu.
Em conflito com o que poderia ser silêncio
Se este pudesse fluir lentamente como o tempo
E ser, se pudesse, confundidamente tempo-silêncio
No que aqui é doce, no paralelo é amargo
No que aqui é macio no paralelo é áspero
Mundo paralelo!
afogar
Nele é que vou me apagar, me sumir, me perder,
Me esconder, para sempre, no esquecer.
Noitemente amanhecer.
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