quinta-feira, 9 de outubro de 2025

Pesquisa Genial/Quaest encoraja clã Bolsonaro a não ceder protagonismo em 2026. Por César Felício

Valor Econômico

Resultados como os verificados em outubro podem fortalecer estratégia, que inviabiliza candidatura de Tarcísio e racha a direita

A nova rodada da pesquisa Genial/Quaest com cenários eleitorais para 2026 mostra uma recuperação de força das opções mais extremistas do bolsonarismo dentro da oposição ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Houve diminuição da diferença entre Lula e o opositor apenas nas simulações de segundo turno que incluem integrantes da família Bolsonaro. Nos demais casos houve aumento, com exceção do governador de Goiás, Ronaldo Caiado (União Brasil), que ficou estável.

O pior resultado foi obtido pelo nome mais moderado entre os testados da oposição, o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, que obteve magros 22%, ante 45% de Lula. Mas proporcionalmente o saldo mais adverso ficou com o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos). A diferença a favor de Lula passou de oito para doze pontos percentuais ( 45% a 33%).

O governador do Paraná, Ratinho Júnior (PSD), foi muito comentado ao longo das últimas semanas como opção de centro, caso Tarcísio opte por não concorrer, como insiste em dizer. As especulações não melhoraram sua situação relativa nas pesquisas. Ele perdia por 12 pontos percentuais, agora perde por 13.

Já o ex-presidente Jair Bolsonaro, tornado mudo pela prisão domiciliar e inelegível por duas condenações eleitorais e uma criminal, perdia para Lula por 13 pontos percentuais e agora perde por 10 ( 46% a 36%). No caso do deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), denunciado por coação a justiça e na Flórida desde março, a diferença caiu de 18 para 15 pontos percentuais ( 46% a 31%). Quando a simulação é com a ex-primeira-dama Michele Bolsonaro o delta entre ela e Lula caiu de 15 para 12 pontos (46% a 34%).

Pesquisas como essa, caso se tornem mais frequentes, devem encorajar a família Bolsonaro a não abrir mão do protagonismo, inviabilizar a candidatura de Tarcísio e rachar a direita, com a consolidação de alternativas ao clã. O problema da oposição é que os nomes com melhor performance contra Lula são os mais rejeitados. Jair Bolsonaro é rejeitado por 63% dos eleitores. Eduardo Bolsonaro, por 68% e Michele, por 61%. Tarcísio e Ratinho, que estão em baixa, tem rejeições respectivamente de 41% e 40%. Ou seja, mesmo rejeitado por 51% do eleitorado e sem crescer na maior parte das simulações, o presidente se sai bem no levantamento.

 

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