Tucanos fornecerão assessoria jurídica ao DEM para impedir participação de partido de Kassab na eleição de 2012
Manobra consiste na apresentação de ações espalhadas pelo país para contestar registro da legenda de prefeito
Catia Seabra
O PSDB deflagrou uma operação para impedir a criação do PSD, partido lançado pelo prefeito Gilberto Kassab, a tempo das eleições municipais do ano que vem.
A manobra consistirá na apresentação de ações pulverizadas por todo o país para a contestação do registro da nova legenda.
Para adiar o cronograma traçado por Kassab, as impugnações serão entregues a cada etapa sempre no último dia previsto por lei.
A estratégia tucana prevê que apenas o DEM assuma a autoria das ações. O PSDB, com aval do presidente Sérgio Guerra (PE), dará assessoria jurídica ao partido.
A operação foi autorizada pela cúpula tucana na noite de anteontem, quando o prefeito de São Paulo admitiu, em sabatina da Folha, a hipótese de aliança com a presidente Dilma em 2014.
"Vamos fazer o possível para enterrar esse partido", decretou Guerra, segundo presentes à reunião.
A legislação prevê a possibilidade de contestação em três fases do processo de registro de um partido: nos cartórios, nos TREs (Tribunal Regional Eleitoral) e no TSE (Tribunal Superior Eleitoral).
Segundo cálculo da assessoria jurídica do PSDB, uma ação bem orquestrada pode atrasar em 15 dias cada uma dessas etapas.
Kassab precisa reunir 500 mil assinaturas, distribuídas em pelo menos nove Estados, até 7 de outubro. Do contrário, não registrará candidatos para o pleito de 2012.
APOIOS
A oposição ao PSD conta com simpatia do governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, que vê em Kassab um potencial adversário na disputa de 2014. Já o ex-governador José Serra ainda aposta numa relação amistosa com seu afilhado político.
Segundo tucanos, o senador Aécio Neves (MG) teme o desfalque de seus aliados, mas não deverá comprar uma briga com Kassab.
"O PSD, neste momento, é nebuloso. Não podemos julgar uma coisa que não está pronta", esquivou-se o presidente do PSDB de Minas, Marcos Pestana.
Além do PSDB, o DEM busca outros aliados. Na Bahia, conta o apoio do peemedebista Geddel Vieira Lima.
"Vou fazer tudo para dificultar o partido de quem quer uma boquinha. Espero que a Justiça Eleitoral esteja atenta a isso", disse Geddel.
Em SP, o PTB -partido comandado pelo deputado Campos Machado, aliado de Alckmin - engrossará o confronto, liderado pelo DEM.
FONTE: FOLHA DE S. PAULO
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