Planalto deu aval à candidatura de Patrus Ananias (PT) e costurou apoio do PMDB e do PSD de Gilberto Kassab
Ação visa se contrapor à tentativa de reeleição do prefeito Márcio Lacerda (PSB), que é apoiado pelo tucano
Natuza Nery, Catia Seabra
BRASÍLIA - A presidente Dilma Rousseff agiu na segunda para se contrapor a articulação do senador Aécio Neves (PSDB-MG), seu virtual rival na eleição de 2014, na disputa pela Prefeitura de Belo Horizonte.
A ação ocorre após a quebra de um acordo de coexistência entre tucanos e petistas na cidade, sob comando de Márcio Lacerda (PSB), candidato à reeleição.
Até a semana passada, tudo caminhava para uma reedição do acordo. Mas, segundo membros do governo, Aécio manobrou para rompê-lo.
Ele teria atuado para afastar o PT do PSB porque deseja ver Lacerda como candidato ao governo de Minas em 2014, parte de seu plano de se tornar presidente. Como o lançamento de Lacerda colocaria um petista à frente da prefeitura, preferiu dinamitar a dobradinha.
O PT enxergou na ação do senador tucano uma nacionalização da disputa.
Dilma então deu o aval para concretizar o rompimento e o lançamento de candidatura própria petista: o ex-ministro Patrus Ananias.
Após isso, o Planalto costurou os apoios de PMDB, PDT e PC do B para viabilizar Patrus. Ontem, o PSD, do prefeito Gilberto Kassab, também confirmou que engordará a chapa, que terá como vice o peemedebista mineiro Aloísio Vasconcelos.
O roteiro de ações que resultou na candidatura Patrus foi desenhado no Palácio do Alvorada, na segunda, durante uma reunião de Dilma com o vice-presidente Michel Temer (PMDB), o presidente do PT, Rui Falcão, e Fernando Pimentel (Desenvolvimento), ex-prefeito de BH.
A operação contou com a ajuda do ministro Gilberto Carvalho (Secretaria-Geral).
Ontem, Lacerda disse que a eleição deve discutir "questões da cidade" e não se transformar "em uma disputa nacional, de 2014".
"Não vamos permitir que pessoas de fora venham interferir nas nossas questões e dizer o que devemos fazer."
Amigo de Aécio, o ex-ministro Ciro Gomes foi também apontado como um dos mentores da ruptura.
Ontem, Ciro, que participou de encontro da Executiva Nacional do partido, acusou o PT e o ex-ministro José Dirceu de superestimar a disputa entre os dois partidos.
Segundo ele, o objetivo é incentivar a entrada de Lula na campanha, em socorro aos candidatos do PT.
FONTE: FOLHA DE S. PAULO
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