Mudança para nova legenda não implica em infidelidade
BRASÍLIA - A dois meses do fim do prazo de mudanças partidárias para concorrer às eleições de 2014, políticos que pretendem mudar de partido já se movimentam, mas cientes de que deverão ter apenas uma opção de troca sem serem enquadrados na lei da infidelidade partidária. Essa oportunidade deve ser o Solidariedade, partido idealizado pelo deputado e presidente da Força Sindical, Paulo Pereira da Silva (PDT-SP), e que tem chance de ser criado antes de outubro.
O Rede Sustentabilidade, partido que está sendo criado pela ex-senadora Marina Silva, encontra dificuldades na certificação das assinaturas de apoio, e, ainda que seja criado antes de outubro, é uma opção mais ideológica. E a fusão do PPS e PMN, que seria outra janela para infidelidade, foi descartada.
As mudanças de partido podem não se ater à nova legenda em alguns casos. Como é uma decisão sempre ligada aos arranjos estaduais, deputados podem trocar de legenda mesmo com o risco de perder o mandato. O PP, por exemplo, contabiliza o ganho de quatro deputados nos próximos dias. Os nomes são mantidos em sigilo pelo líder Arhtur Lira (PB). Os organizadores do Solidariedade estão confiantes na criação da sigla antes de outubro.
- O partido está redondinho, temos mais de 500 mil assinaturas e criamos diretórios regionais em 14 estados. Vamos nascer abençoados pelo Papa Francisco, que defendeu a solidariedade - afirma João Caldas (PEN-AL), suplente de deputado federal.
Embora tenha se empenhado na criação da legenda, Paulo Pereira da Silva saiu de cena para se preservar e evitar problemas no PDT. O presidente do PDT, Carlos Lupi, teria ameaçado tirar-lhe cargos e benefícios no diretório paulista. Ao Globo, Lupi negou ameaças, mas, nas entrelinhas, dá seu recado:
- Ele (Paulinho) finge que nega (a criação de um novo partido) e eu finjo que acredito. Agora, diretório têm prazo de validade, e o de São Paulo termina 7 de outubro. Até lá, vamos ver se a negação dele é verdadeira ou não. Ele é candidato nato a deputado, não perde o direito dele. O que muda é a confiança mútua.
Fonte: O Globo
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