Expectativa é que o nome da ex-ministra Marina Silva seja confirmado na vice
Isadora Peron
PORTO ALEGRE - O governador de Pernambuco e provável candidato à Presidência, Eduardo Campos, disse neste sábado, 22, que o PSB vai apresentar em março a chapa que vai concorrer às eleições presidenciais. A expectativa é que o nome da ex-ministra Marina Silva seja confirmado na vice.
Sem falar sobre a possibilidade de ocupar a vaga, Marina voltou a afirmar que quando entrou no PSB, em outubro, deixou claro que o seu objetivo era apoiar o projeto da candidatura de Campos. Os dois participaram neste sábado de um encontro com integrantes do PSB-Rede-PPS, em Porto Alegre. O seminário é o primeiro de uma série que estão sendo organizados nas cinco regiões do País para discutir as diretrizes do programa de governo.
A dupla também evitou dar declarações sobre como andam as discussões em torno das alianças nos Estados. "Nós não estamos aqui para discutir palanques regionais. Estamos aqui para discutir as diretrizes do programa", disse Campos, ao ser questionado sobre o apoio à senadora Ana Amélia Lemos (PP), que pretende disputar o governo gaúcho.
A aliança com o PP não é vista com bons olhos por aliados de Marina. A situação ficou ainda mais delicada após virem a público as declarações do deputado Luis Carlos Heinze (PP-RS), que chamou gays, índios e quilombolas de "tudo que não presta". Campos e Marina criticaram a postura do deputado e disseram considerar as afirmações preconceituosas.
Sobre a situação em São Paulo, Campos disse haver ainda muito "tempo hábil" para tomar a decisão. No Estado, o grupo da ex-ministra também resiste em aceitar o nome indicado pelo PSB, do deputado Márcio França.
Pesquisa. Questionado sobre a queda de popularidade da presidente Dilma Rousseff na pesquisa Ibope, divulgada na sexta-feira pelo Estado, Campos afirmou que não torce para que a situação do Brasil piore e, assim, dificulte ainda mais a vida da presidente, que vai concorrer à reeleição. Segundo o pernambucano, as pesquisas têm mostrado um sentimento de mudança e isso seria o suficiente para garantir uma vitória nas urnas em outubro.
"Não precisa torcer contra o Brasil para ganhar a eleição. Eu vou torcer a favor: quero que o País cresça este ano, que gere emprego, que não falte energia, porque não precisa piorar absolutamente nada para que a gente ganhe", afirmou. Segundo pesquisa Ibope, a taxa de aprovação do governo Dilma caiu de 43% em dezembro para 39%.
Apesar da declaração, o tom do discurso de Campos durante o evento foi de crítica ao atual governo. "Vivemos num País que parou", disse. Ele abordou temas como a falta de planejamento estratégico, de investimentos em infraestrutura e a volta da inflação.
Marina, por sua vez, disse reconhecer o "valor" de Dilma, como a primeira mulher a assumir a Presidência do País, mas voltou a afirmar que falta uma marca ao governo. "Nós temos adversários que são pessoas que respeitamos. A presidente Dilma é uma mulher de valor, mas o seu governo ainda não tem uma marca. Eu torço para que a marca do governo dela não seja o retrocesso, sinceramente", disse.
Apoio. Durante o encontro, a dupla recebeu o apoio do senador Pedro Simon (PMDB-RS). Em sua fala, ele brincou dizendo que muitos deviam estar se perguntando o que ele fazia no seminário, já que não era de nenhum dos partidos da coligação. Ele explicou dizendo que estava ali por causa da admiração que sentia pelo avô de Campos, o ex-governador de Pernambuco Miguel Arraes, e também pelo respeito que tinha pela figura de Marina.
Campos, por sua vez, contou que foi Simon quem o aconselhou a procurar Marina logo depois que a Justiça Eleitoral rejeitou a concessão de registro para a Rede, em outubro passado.
Fonte: O Estado de S. Paulo
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