• Deputado Carlos Sampaio (SP) quer apresentar ação até quarta-feira (29)
• Aécio quer tempo para jurista concluir parecer, mas líder da bancada tucana diz que não há motivos para esperar
Ranier Bragon – Folha de S. Paulo
BRASÍLIA - A bancada do PSDB na Câmara pretende levar na terça-feira (28) ao presidente nacional do partido, Aécio Neves, a defesa de que seja apresentado imediatamente o pedido de impeachment da presidente Dilma Rousseff.
O líder do partido na Câmara, Carlos Sampaio (SP), afirmou nesta sexta (24) que irá dizer a Aécio que não há necessidade de esperar novos fatos ou pareceres jurídicos.
Segundo o deputado, a depender da bancada e do aval de Aécio, o pedido de impedimento será entregue entre terça e quarta (29).
"Na visão da bancada, não tem mais o que aguardar. A Câmara é quem decide sobre a abertura do impeachment, então o protagonismo tem que ser da bancada", afirmou Sampaio no intervalo de uma reunião de treinamento dos deputados tucanos.
Pessoas próximas a Aécio, entretanto, afirmam que o tucano irá orientar a bancada do PSDB a esperar mais.
O senador chegou a subir o tom contra Dilma e a indicar que o partido encabeçaria o impeachment. Mas acabou recuando após o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso e o senador José Serra (SP), entre outros correligionários, manifestarem opinião contrária ao pedido de impedimento neste momento.
Aécio encomendou uma análise técnica sobre o tema, mas o jurista Miguel Reale Júnior pediu um prazo maior para elaborá-la.
Segundo Carlos Sampaio, a bancada na Câmara já tem pronto o pedido, que é baseado principalmente na suposta responsabilidade de Dilma sobre o escândalo na Petrobras e sobre as chamadas "pedaladas fiscais", as manobras realizadas pelo Tesouro Nacional para fechar as contas públicas.
O líder da bancada tucana também afirmou que irá recorrer ao plenário da Câmara contra eventual recusa ao pedido por parte do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ).
O peemedebista já afirmou não ver razões hoje para dar prosseguimento a eventual processo contra Dilma.
Pelo regimento da Câmara, cabe recurso dessa decisão, o que levaria ao plenário a palavra final. Autorizado, o processo só é aberto caso tenha o apoio de pelo menos dois terços (342) dos 513 deputados.
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