• Jaques Wagner atribuiu vaias de parlamentares à paixão e disse que CPMF não é uma bandeira da presidente
Daniel Carvalho e Vera Rosa - O Estado de S. Paulo
BRASÍLIA - O ministro da Casa Civil, Jaques Wagner, minimizou as vaias de deputados da oposição ao discurso da presidente Dilma Rousseff na sessão de reabertura dos trabalhos do Congresso Nacional, na tarde desta terça-feira, 2. O ministro petista atribuiu as cinco manifestações negativas à "paixão" e disse que a CPMF não é uma bandeira da presidente.
"É mais fácil vaiar que bater palma, mas acho que ela tem maioria (no Congresso)", afirmou Wagner ao final do discurso de Dilma, enquanto falava o presidente da Câmara e desafeto do Planalto, Eduardo Cunha (PMDB-RJ). "Em uma sessão solene, era melhor não ter (vaias). Mas quem sou eu para dizer o que é para ter ou não na Casa do povo?", comentou.
A presidente foi vaiada cinco vezes e aplaudida oito, a maioria em resposta às manifestações contrárias ao seu pronunciamento. Três deputados oposicionistas -dois do PSDB e um dissidente do PSD - ostentavam placas onde se lia "Xô, CPMF".
As primeiras vaias foram motivadas pela defesa da CPMF feita por Dilma. "A gente chega lá", pontuou Wagner, que quer ver o assunto discutido pelos parlamentares antes das eleições municipais deste ano.
"A fala dela não foi uma defesa apaixonada de bandeiras dela ou para o governo dela", afirmou. "Ela falou de questões que são do Brasil. Acho difícil que qualquer coloração partidária que sentasse ali não tocasse nelas", afirmou. "O nome é imposto. Ninguém gosta, mas é disso que se vive", disse Jaques Wagner.
O ministro da Casa Civil acompanhou o discurso o tempo todo diante da mesa onde estava Dilma, mas perdeu alguns trechos porque conversava com deputados e assessores. Para ele, a presidente fez um gesto de humildade ao ir ao Congresso e buscar diálogos com os parlamentares.
"É um gesto de humildade, de estender a possibilidade de um diálogo absolutamente necessário não só para o governo dela, mas para a gente superar as questões econômicas e recolocar o País na linha do desenvolvimento", afirmou o ministro da Casa Civil.
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