• Seguranças usaram spray de pimenta para impedir invasão do plenário
- O Globo
Um protesto de servidores públicos levou à suspensão da sessão da Alerj na tarde de ontem. Segundo o presidente da Casa, Jorge Picciani, um grupo de mascarados tentou invadir o plenário e foi dispersado pela segurança com spray de pimenta.
Em seguida, os manifestantes ocuparam a Rua Primeiro de Março, interditando o trânsito. Houve reflexos e lentidão na região. A Rua da Assembleia também foi fechada. As portas da Alerj ficaram fechadas por quase uma hora. Cerca de 40 PMs cercaram o Palácio Tiradentes, para evitar risco de depredação do prédio, que está em reforma e é tombado pelo Instituto Histórico do Patrimônio Artístico Nacional (Iphan). Mascarados chegaram a atear fogo num boneco, que diziam ser o governador interino Francisco Dornelles.
Quando os manifestantes começaram a protestar dentro da Alerj, Picciani mandou que as galerias fossem esvaziadas, e o Batalhão de Choque foi chamado para retirar os servidores. O deputado foi chamado de “escravocrata”, numa referência a denúncias já arquivadas sobre trabalho escravo em suas fazendas.
Os trabalhos foram interrompidos quando deputados votavam alterações na proposta da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) deste ano. O projeto acabou saindo de pauta após receber emendas, mas deve voltar a ser apreciado na terça-feira, quando servidores prometem fazer um novo protesto.
Representantes de entidades de classe, como o Sindicato Estadual dos Profissionais da Educação (Sepe), dizem que as mudanças no texto da LDO vão abrir uma brecha para que o governo possa demitir servidores. Contudo, essa medida já está prevista na Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF), desde que haja estouro do limite de gastos com pessoal. Uma das razões de o governo alterar o projeto é para evitar o risco de uma “pedalada fiscal”, já que há uma diferença de mais de R$ 17 bilhões entre o orçamento fixado na LDO deste ano e a Lei Orçamentária Anual.
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