O Brasil tem 149 estatais, sendo que 18 delas não sobrevivem sem o governo federal. O quadro de pessoal destas empresas mais que dobrou entre 2006 e setembro deste ano — o crescimento foi de 113,9%. No mesmo período, o número de empregados das estatais que não precisam de dinheiro do governo para existir aumentou menos de 10% (9,1%). A conta é da Instituição Fiscal Independente (IFI), ligada ao Senado. Nas empresas sem caixa próprio, havia 40,3 mil funcionários em 2011. Em setembro passado o número chegou a 74 mil. O quadro foi ampliado em plena crise econômica e política: 7,7% só no ano passado.
Fora da ordem
O governo financiou em mais de 90% as despesas de 13 das 18 empresas estatais que dependem do orçamento federal, em 2016. Para a IFI, o percentual elevado indica que algo não vai bem no atual modelo: “A organização de certas atividades de interesse público na forma empresarial sugere certa capacidade de geração própria de recursos.”
Tungas em série
O Ministério Público e a Polícia Federal identificaram um padrão de ações gerenciais para fraudar fundos de previdência de servidores públicos municipais, com pagamento de “comissões” a políticos. As investigações começaram no Fundo de Previdência da Prefeitura de Cabo de Santo Agostinho, em Pernambuco, gerenciado pela empresa Terra Nova, e devem ser estendidas a várias outras prefeituras. Em Cabo de Santo Agostinho foram desviados R$ 93 milhões, correspondentes a 66% da poupança dos servidores do município.
Palpite infeliz
Tem a marca de João Santana a conta salgada de energia que pesa no orçamento doméstico e das empresas. Marqueteiro de Dilma Rousseff, condenado pela Lava-Jato, foi ele quem arbitrou em 20% o percentual de redução da conta de luz, em 2013. A proposta da indústria ficava em 9%. O marqueteiro achou que o índice era tímido e não traria benefícios à já desgastada imagem do governo da ex-presidente. Para analistas, a medida é um dos principais motivos da crise do setor. Custou cerca de R$ 60 bilhões aos cofres públicos em indenizações às empresas. E foi a principal culpada pela inflação de 10,67% em 2015. Segundo ex-assessores, o marqueteiro era a única pessoa que Dilma ouvia. Deu no que deu.
Acostumou na fantasia
Depois de deixar o PSDB, Luislinda Valois quer o apoio da bancada baiana para tentar manter o cargo de ministra dos Direitos Humanos. A Bahia não tem representantes na Esplanada, após a saída de Antonio Imbassahy, mas não há sinais de que a ex-tucana seja a eleita dos baianos.
Paciente rebelde
Michel Temer não cumpriu as ordens médicas de trabalhar cerca de três horas por dia, segundo assessores muito próximos. Ele tem mantido um ritmo frenético de trabalho. Nesta semana, a carga diária de trabalho chegou a 20 horas. Quando voltar ao Planalto, porém, Temer terá muito a fazer. A começar pela rearticulação política de sua base. A confusão criada por seus aliados em torno do adiamento da reforma da Previdência mostrou que ninguém se entende no governo.
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