- O Globo
Um detalhamento, ainda inédito, dos índices de rejeição na primeira pesquisa Ibope da eleição deste ano comprova numericamente que Jair Bolsonaro aglutina hoje o núcleo do antipetismo e também boa parte dos eleitores incomodados com políticos tradicionais. Ao mesmo tempo, mostra que o capitão reformado deve enfrentar problemas quando o eleitorado pensar no chamado “voto útil” —situação em que o eleitor abre mão de escolher o nome de sua preferência para optar por outro com mais chance de derrotar o candidato que considera pior.
Como transparece das ruas, o ex-capitão tem entre seus fiéis seguidores a maior massa contrária ao ex-presidente Lula — 53% de seus eleitores dizem que não votariam “de jeito nenhum” no petista —, e também reúne o eleitorado mais insatisfeito com os nomes que já disputaram outras eleições presidenciais.
Hoje, 32% dos bolsonaristas dizem que não votariam de jeito nenhum em Marina Silva; 31%, em Ciro Gomes; 30%, em Geraldo Alckmin. Tratam-se dos mais altos índices de rejeição desses candidatos — exceto, no caso de Alckmin, que é ainda mais refutado, 37%, pelos eleitores de Fernando Haddad. A recíproca também é verdadeira. A impopularidade do capitão reformado, que atinge 37% dos eleitores, superando inclusive os 30% do ex-presidente Lula, dispara entre os que apoiam quatro de seus cinco mais próximos adversários.
Hoje, 53% dos eleitores de Marina Silva não votariam em Bolsonaro, bem como 57% dos eleitores de Ciro Gomes, 74% dos eleitores de Fernando Haddad e 46% dos eleitores de Alvaro Dias. O ex-capitão é o candidato mais rejeitado entre os eleitores dos quatro, assim como entre os que hoje dizem que votariam branco ou nulo —neste caso, 48% não apoiariam o deputado.
Mesmo entre os eleitores do tucano Geraldo Alckmin, o índice de antibolsonarismo é alto: 37%. No eleitorado tucano ele só perde em rejeição para o ex-presidente Lula, refutado por 42%. O petista, por sua vez, sofre ampla rejeição também entre eleitores de Alvaro Dias, 43%.
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