Folha de S. Paulo
Para reproduzir no Brasil a 'ditadura cool'
de El Salvador
Ai-jesus da extrema direita global, Nayib Bukele esnobou Pablo Marçal.
Deu um toco no boné do seu imitador brasileiro. Tratou o candidato a prefeito
como idiota —para usar um termo do próprio Marçal ao definir eleitores que se
encantam com tipos como ele.
Na semana passada o coach largou a campanha
em São Paulo para
fazer uma viagem internacional, garantindo que iria se encontrar com o
presidente de El Salvador e
dele extrair os "códigos de segurança" que fizeram a taxa de
violência despencar no pequeno país da América Central. Passou dois dias lá e
gravou um vídeo em frente ao megapresídio de Tecoluca. Só conseguiu reunir-se
com o ministro da Justiça, sem a presença do presidente. Bukele lhe aplicou um
perdido.
Marçal voltou ao Brasil a tempo de tirar uma casquinha no ato golpista de 7 de Setembro na avenida Paulista, mas com outras duas decepções na bagagem. Tinha a pretensão de conversar com Elon Musk depois da rápida visita a El Salvador. Também sonhava encontrar-se com o ex-presidente Trump.
Reeleito com mais de 83% dos votos válidos, o
salvadorenho é o meteoro político que Marçal não alcança ser (recente Datafolha
mostra que ele empacou na rejeição). No poder, Bukele conseguiu reduzir a
violência estabelecendo um regime de exceção, promovendo encarceramentos em
massa, expurgando juízes, restringindo o direito de defesa, empoderando as
forças de segurança e financiando uma rede de apoiadores cuja estridência
digital encobre as críticas. Sem falar no pulo do gato: fazer um pacto com a
maior gangue do país para reduzir o número de homicídios em troca de
facilitação nos negócios.
Marçal não é o único disposto a imitar Bukele, que se descreve como "um ditador cool". A ministra da Segurança argentina, Patricia Bullrich, disse que irá adotar o modelo dele no combate ao crime organizado. Em São Paulo, o governador Tarcísio de Freitas, ao promover a politização dos quartéis da PM, avança no mesmo caminho. Não à toa, Tarcísio, maior cabo eleitoral de Ricardo Nunes, parece ser o mais incomodado —mais até do que Bolsonaro— com o coach que quer roubar a bandeira do impeachment de Alexandre de Moraes.
3 comentários:
Muito bom! Sobre roubar a bandeira do impeachment, é bom lembrar que Marçal é especialista em roubo, e tem vínculos com o PCC, instituição criminosa de máxima qualificação...
Não adianta o candidato de vocês o Guilherme bolos da esquerda esquerda do PSOL Não vai levar essa , ele tem a maior rejeição que está em torno de 40 por cento , Invasor de propriedade particular , preso três vezes já manjado pela população paulista
O povo de São Paulo merece algo melhor do que um baderneiro invasor
A mídia convencional está fazendo um grande esforço Pra emplacar o Boulos
Eu acho que Nunes leva esta.
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