Folha de S. Paulo
Governador de São Paulo cita Zema, Ronaldo
Caiado e Ratinho Jr. como possíveis postulantes à Presidência
Durante entrevista coletiva, político buscou
fugir do tema e tratar de outros assuntos sobre o estado
O governador de São Paulo, Tarcísio de
Freitas (Republicanos), declarou nesta segunda-feira (8) apoiar
a candidatura do senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) para a Presidência. No
entanto, Tarcísio, que era cotado para disputar o mesmo cargo, disse que a
direita deve ter outros candidatos no pleito.
"Ele [Flávio] esteve comigo na
sexta-feira [5] passada. Nós conversamos sobre isso. O presidente Bolsonaro,
que é uma pessoa que eu respeito muito —eu sempre disse que eu ia ser leal ao
Bolsonaro, que sou grato ao Bolsonaro e tenho essa lealdade inegociável— ele
disse, o Flávio, da escolha dele [Bolsonaro] e é isso", afirmou.
"O Flávio vai contar com a gente. O Flávio tem uma grande responsabilidade a partir de agora que se junta a outros grandes nomes da oposição que já colocaram seus nomes à disposição", complementou, citando como alternativas Ronaldo Caiado (União Brasil), Romeu Zema (Novo) e Ratinho Jr. (PSD).
As declarações foram dadas em uma entrevista
coletiva conturbada, em que o governador tentou por diversas vezes fugir do
assunto e preferiu abordar temas como a cracolândia e obras do Metrô.
Tarcísio ainda não havia se manifestado sobre
a candidatura de Flávio, que anunciou sua candidatura na última sexta-feira
(5). Conforme a Folha informou, entre seu aliados, o lançamento da
candidatura do filho de Bolsonaro foi avaliado como
uma humilhação ao governador, pois demonstrou que Tarcísio não tem
autonomia política.
Ao comentar a indicação, Tarcísio foi
questionado sobre a pesquisa Datafolha que o colocou
mais bem colocado do que Flávio em uma disputa contra Lula
(PT). "Isso a gente vai avaliar com o tempo, está cedo. A gente tem tempo
de maturação", respondeu.
O governador, porém, fez um discurso crítico
ao governo federal, destacando que é necessário, na sua avaliação, uma mudança
de rumos. "A gente precisa discutir as questões estruturais do Brasil e é
isso que vai estar na mesa. E a gente vai organizar esse grupo [da direita]
porque a gente tem uma convergência ideias, uma convergência do plano, para que
a gente organize a política para encontrar saídas, encontrar soluções resolver
essas questões", disse.
As declarações do governador ocorreram em um
evento para marcar a inauguração de um posto de saúde em Diadema, no ABC
Paulista. Os jornalistas perguntaram sobre as reações do mercado financeiro ao
anúncio e sobre a demora para ele se manifestar, mas Tarcísio não respondeu.O
evento estava repleto de apoiadores e houve gritos de "presidente"
para Tarcísio, que ouviu sem repreender.
O governador vinha sendo apontado pelos
dirigentes dos partidos da centro-direita como principal nome para concorrer
contra Lula no ano que vem. Embora nunca tenha admitido a proposta, uma série
de declarações de Tarcísio, em especial para eventos do mercado financeiro,
vinham sendo interpretadas como sinais de que ele estava disposto a concorrer.
Uma das mais recentes dessas sinalizações
ocorreu no meio de novembro, quando o governador participou de uma palestra
para do grupo G4 Educação, em que disse que se "trocar o CEO", o
Brasil voltaria a funcionar, em uma crítica indireta a Lula.
No último dia 25, contudo, instantes após o
STF (Supremo Tribunal Federal) confirmar o trânsito em julgado (conclusão) do
processo contra Bolsonaro, o que confirmou sua prisão, Tarcísio disse que
estava "fora do bolo" de possíveis nomes na disputa.

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