Tucanos rebatem a presidente, que comparou o seu governo com o de FHC. Segundo eles, a administração petista vai de mal a pior
Isabella Souto
As críticas feitas pela presidente Dilma Rousseff (PT) à gestão do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (1995 a 2002) foram rebatidas ontem por tucanos. Na sexta-feira, durante viagem a Porto Alegre, a petista disse que nos seis primeiros meses deste ano foram criados 826.200 empregos com carteira assinada – número semelhante ao que teria sido criado durante os quatro primeiros anos de mandato de FHC no Palácio do Planalto.
Para o deputado federal Rodrigo de Castro, que integra a Executiva Nacional do PSDB, a petista deve estar no "mundo do ET de Varginha" – referindo-se à viagem que a presidente fez à cidade mineira na quarta-feira, quando inaugurou câmpus da Universidade Federal de Alfenas (Unifal). Na ocasião, em entrevista a rádios locais, ela fez a mesma comparação em relação ao número de empregos na gestão tucana e petista.
"Ela (Dilma) entrega o país com uma infraestrutura em frangalhos, inflação em alta, na sombra de seu antecessor (ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva), fraca, desamparada e despeitada", reclamou. Para o presidente estadual do PSDB, Marcus Pestana, a presidente Dilma está com uma visão "tacanha e medíocre" da história ao não reconhecer os avanços da gestão FHC. "As circunstâncias históricas, os parâmetros populacionais são muito diferentes. Ela usufrui das bases que o Fernando Henrique deixou", disse.
O senador Aécio Neves (PSDB), que é pré-candidato de seu partido na sucessão de Dilma Rousseff nas eleições do ano que vem, disse durante a semana que é "curiosa a obsessão" da presidente com FHC. "Por que o ex-presidente incomoda tanto a presidente?", reclamou.
O senador classificou ainda como um "desrespeito à inteligência da população" a comparação entre as gestões do PT e PSDB, pois se trata de conjunturas diferentes, que foram por ela tratadas como iguais. Na sexta-feira, a presidente rebateu esse discurso: "Aí você vai me dizer: mas era outra situação macroeconômica. Mas esse é o ponto. É outra situação econômica porque fomos capazes de criar, em seis meses, 826 mil empregos", disse.
A declaração de Dilma deu mais munição para o ataque tucano. O senador Aécio Neves argumentou que nos dois anos do governo Dilma o Brasil cresceu um terço da média dos outros países da América do Sul. Além disso, segundo ele, no governo FHC foram recorrentes crises econômicas no mundo, mas ainda assim o país cresceu quase o dobro da média do subcontinente: o índice chegou a 2,3%, enquanto os demais países tiveram uma taxa de 1,3%.
Fonte: Estado de Minas
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