A coisa está tão embolada e todos estão tão encalacrados que já não se pode afirmar, com certeza, o que querem governo e oposição.
O que é pior para Dilma no caso da doutora Ramona Rodriguez, que pulou fora do Mais Médicos e criou um imbróglio diplomático? Que seja devolvida para Cuba e gere uma comoção aqui? Que consiga o visto dos EUA, vá para Miami e assanhe os colegas a fazer o mesmo? Ou que consiga o refúgio e caia na folia com o DEM?
Nenhuma solução é boa e a avaliação agora é sobre qual é a menos ruim. Acionam-se Deus e todo mundo em Havana e na embaixada americana para Ramona não puxar o fio do novelo em ano eleitoral.
E, para além dos gestos e declarações em público, será que Dilma e os articuladores petistas querem mesmo que o ex-diretor do Banco do Brasil Henrique Pizzolato seja extraditado e vire mais uma alma penada na campanha?
Talvez seja melhor fazer os gestos para inglês e eleitor verem, mas mantendo as tratativas em banho-maria. E tem de combinar com os adversários: os italianos nunca engoliram a lambança que resultou na absolvição eterna de Cesare Battisti.
Ainda: o que pesa mais para Dilma no caso da energia? Vai ser pragmática ao analisar custos e aumentos de tarifas que sabe imprescindíveis, ou o coração eleitoral vai bater mais forte e deixar tudo para quando o Carnaval de 2015 passar?
No Rio, Eduardo Paes aumentou os preços de ônibus e reativou manifestantes e black blocs. Em São Paulo, Haddad cortou até canetas do material escolar e certamente atraiu a ira dos deuses --Lula e o PT.
Mas o dilema do PSDB não é menor: o que Aécio vai fazer com Eduardo Azeredo? O procurador pediu 22 anos de prisão para ele, que é de Minas e foi presidente nacional do partido. Afundar com Azeredo? Ou homem ao mar?
Como diz Dilma, em eleições todos fazem "o diabo". Portanto, cuidado: o diabo está solto por aí!
Fonte: Folha Online
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