No maior colégio eleitoral do Brasil, líder do PSB na Câmara, Beto Albuquerque, ressalta que um palanque paulista será estratégico para a campanha de Eduardo Campos
Gabriela López
Pode-se dizer que a formação do palanque em São Paulo representa o maior desafio para governador-presidenciável Eduardo Campos (PSB) nesta fase de costuras. Primeiro porque é o maior colégio eleitoral do País (em 2012, eram 31 milhões de pessoas aptas a votar lá, 22% do eleitorado nacional) e onde ele ainda é desconhecido. Segundo porque o socialista precisará vencer a resistência da Rede Sustentabilidade a apoiar à reeleição do governador tucano Geraldo Alckmin.
Vice-presidente nacional do PSB e líder do partido na Câmara dos Deputados, Beto Albuquerque (RS) é enfático ao comentar a formação do palanque paulista. "Em São Paulo, o PSB não pode errar", cravou o socialista.
Apesar de exaltar que o diálogo com a Rede será feito até se chegar a um entendimento, o parlamentar ressalta que, no momento de decidir, terá de ser observado "quem tem razão". "Porque não estamos aqui para contar uma bonita história", alerta Albuquerque.
Circula nos bastidores a informação de que os socialistas vão recorrer a pesquisas para convencer a ex-senadora e líder da Rede, Marina Silva, de que o melhor caminho é apoiar o PSDB. Uma sondagem que os socialistas já têm em mãos teria apontado que 46% dos eleitores de Marina também votam no governador Geraldo Alckmin.
"Marineiros" defendem que o discurso de "nova política", endossado por Eduardo Campos e Marina Silva, devem se reproduzir nos Estados.
A questão do palanque de São Paulo impacta em outro fator: o lançamento da candidatura do governador Eduardo Campos a presidente, provavelmente com Marina na vice. Interlocutores dos dois grupos acreditam que não é viável realizar o evento sem o arranjo paulista definido, até porque o ato pode ocorrer no Estado, onde serão os da presidente Dilma Rousseff (PT) e do senador-presidenciável Aécio Neves (PSDB).
Tanto Beto Albuquerque quanto o coordenador nacional de Organização da Rede, Pedro Ivo, classificam como natural a possibilidade de Rede e PSB subirem em palanques diferentes em alguns Estados. Eles argumentam que os partidos diferentes, embora aliados. A separação pode ocorrer, por exemplo, no Maranhão, onde o PSB quer apoiar a candidatura de Flávio Dino (PCdoB) ao governo, enquanto a Rede prefere se aliar à deputada estadual Eliziane Gama (PPS).
Beto Albuquerque nega que a divisão fragilize o palanque nacional. "Se enfraquecesse, Dilma estava ralada, porque ela não tem um Estado do Brasil onde a base do governo esteja unificada", compara.
"São dois partidos que têm trajetória próprias e têm um projeto nacional, mas têm aliança estaduais diferentes. Na medida do possível, vamos marchar unidos. Onde não der, vamos estar cada um com o projeto mais próximo dos seus anseios", completa Pedro Ivo.
Fonte: Jornal do Commercio (PE)
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