- Folha de S. Paulo
Além da exposição acachapante na mídia, a presidente Dilma está dando entrevistas exclusivas para a Band, o SBT e a Record só para falar (bem) da Copa.
Aécio Neves e Eduardo Campos, quando conseguem algum espaço, têm de prestar contas sobre suas gestões em Minas e em Pernambuco, e o tucano tem de responder até a perguntas (legítimas, diga-se) sobre acusações anônimas de uso de cocaína.
Enquanto isso, Dilma mantém-se numa zona de conforto, só sacudida pela imprensa independente, e repete coisas assim para ótimos repórteres de TV: o Neymar é fantástico, a Copa será um sucesso e o mundo ficará encantado com o Brasil.
Há controvérsias. A Folha já mostrou que os aeroportos de 11 das 12 sedes da Copa funcionam com falhas e o único em que as obras para a Copa foram concluídas foi o de Brasília --mas bastou chover na terça-feira (3) para inundar a área antiga. E os "selfies" e torpedos durante os jogos? Em seis dos estádios, esquece!
O desequilíbrio vai continuar na campanha oficial. Aécio vai ter metade do tempo, e Campos, em torno de um décimo do tempo de Dilma na TV. E ela não vai a debates na internet?
Presidente, o que a sociedade brasileira quer perguntar é:
1) Por que o crescimento econômico no seu governo só foi melhor do que nos de Collor e Floriano Peixoto?
2) O crédito enxugou no primeiro trimestre por causa dos juros, que foi um dos motivos do pibinho de 0,2%?
3) O consumo das famílias caiu no primeiro trimestre por causa da inflação alta? E agora?
4) Por que a inflação ficou sempre fora do centro da meta, próxima ao teto? Um pouquinho de inflação não faz mal a ninguém?
5) Para que tentar adiar os dados de emprego com a nova metodologia do IBGE?
6) A sra. vai deixar uma "herança maldita" para o futuro governo?
Bem, o espaço acabou, mas as perguntas, não. E as respostas, quando a sociedade brasileira vai ter?
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