• Em estratégia para anular discurso de adversários, diretrizes elaboradas pela equipe do tucano preveem expansão do Pronatec e do ProUni
Julia Duailibi - O Estado de S. Paulo
O programa de governo do pré-candidato do PSDB à Presidência da República, Aécio Neves, fará a defesa dos principais projetos sociais das gestões dos petistas Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff, que tentará reeleição.
Documento elaborado por colaboradores de Aécio para a educação, que será lançado hoje à noite no Portal Social, site ligado ao PSDB e abastecido pelos integrantes da campanha, mostra que os tucanos defenderão a "expansão" e o "aprimoramento" de programas implementados pelo PT, como o Pronatec, criado em 2011, no governo Dilma, e o ProUni, criado em 2004, no governo Lula.
A inclusão de bandeiras petistas no programa de governo de Aécio segue a estratégia dos tucanos de tentar conquistar os eleitores com menor nível de renda e beneficiários dos programas sociais, que nas últimas eleições se alinharam ao PT.
Também é uma tentativa de se defender do discurso dos adversários segundo o qual a vitória do PSDB levaria ao término das conquistas sociais alcançadas nos governos petistas.
Lógica parecida já tem sido usada pelo pré-candidato do PSDB ao apresentar um projeto no Congresso que torna o Bolsa Família uma política de Estado e apoiar iniciativas parlamentares sobre o aumento do salário mínimo e a correção da tabela do Imposto de Renda.
Nomes. Intitulado "Princípios Gerais para o Debate de Educação", o documento contém as 30 diretrizes que irão balizar o programa de Aécio, que está sendo coordenado por Antonio Anastasia, ex-governador de Minas e pré-candidato ao Senado pelo PSDB. A área social conta ainda com a participação da ex-deputada Rita Camata (PSDB-ES) e do deputado Eduardo Barbosa (PSDB-MG), que atuam como coordenadores setoriais.
"Defendemos que ninguém deixe de cursar o ensino superior por falta de recursos. Os mecanismos de financiamento do ProUni e do Fies serão expandidos e aprimorados de modo que revertam em valorização e estímulo da qualidade das IES (Instituições de Ensino Superior) particulares", diz o documento numa referência ao fundo criado em 1999 pelo governo do tucano Fernando Henrique Cardoso e expandido por Dilma.
Ao abordar o ensino médio, o documento fala na melhoria do Pronatec, sem especificar pontos. "O aprimoramento do Pronatec e a maior articulação dos cursos profissionalizantes e técnicos com as cadeias produtivas locais e regionais. Uma escola pública que venha a auxiliar o jovem na transição escola-trabalho ou na transição ensino médio-universidade, a seu critério."
O PT vai usar na campanha a abrangência do Pronatec (Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e ao Emprego), do ProUni (Universidade para Todos) e do Fies (Fundo de Financiamento Estudantil) como um dos motores da propagada - já tem falado deles em pronunciamentos públicos.
Segundo dados oficiais, em dois anos, o Pronatec propiciou mais de 6,8 milhões de matrículas em cursos técnicos e de qualificação profissional. Já o ProUni, desde a sua criação, concedeu bolsas, parciais ou integrais, a mais de 1,2 milhão de estudantes. Outro dado que será explorado é a ampliação do Fies, cujo número de empréstimos, segundo o governo, chegou a 1,1 milhão na gestão Dilma.
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