- Folha de S. Paulo
Dilma nem esperou as últimas pesquisas ou a abertura das urnas e antecipou o segundo turno. Ao dedicar o sábado a Minas, ela já acreditava, ou sabia, que seu adversário seria Aécio Neves. Está restabelecida a polarização PT-PSDB?
Acredite quem quiser que Marina Silva seria a adversária mais forte contra Dilma. Não seria. Marina foi perdendo fôlego, enquanto Aécio amargou 20 pontos atrás da adversária inesperada, mas manteve o fôlego e a tropa unida e foi em frente. No segundo turno, Dilma encontraria uma Marina desmilinguindo e vai enfrentar um Aécio com todo o gás.
E há as condições objetivas. Assim como Dilma tem mais máquina, recursos e capilaridade, é Aécio quem tem máquina, recursos e capilaridade na oposição, ou no antipetismo. Nas três comparações, o PT leva vantagem e venceu o PSDB nas três últimas eleições presidenciais. Mas há novos fatores, como a rejeição ao PT e os erros do governo Dilma.
Aécio também terá a seu favor os governadores reeleitos em primeiro turno, caso dos tucanos Geraldo Alckmin (SP) e possivelmente Beto Richa (PR). Além deles, terá senadores e deputados eleitos pelo país. Marina não teria uma base tão sólida, nem eleitores tão firmes.
Os tucanos sonham com a foto de Marina e Aécio, de mãos levantadas, selando a união das oposições. Difícil. Mas, pelas pesquisas, Aécio tem condições de atrair em torno de 60% dos eleitores de Marina e também dos simpatizantes do PMDB, que apoia oficialmente Dilma.
O resto é com ele, que nasceu em berço político, presidiu a Câmara, saiu de dois governos em Minas com mais de 90% de aprovação e pode sair do primeiro turno como fenômeno de última hora, com alto astral.
Afora o desarranjo artificial com a morte de Eduardo Campos, Dilma sempre foi a favorita. Mas Aécio vai dar um suadouro no PT. Não será surpresa, aliás, se ele tiver mais voto hoje do que previam as pesquisas.
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