quarta-feira, 29 de julho de 2015

Na TV, líderes tucanos tentam mostrar união e atacam governo

• Aécio afirma que país volta a debater problemas de antes do real

Maria Lima – O Globo

BRASÍLIA - Em uma série de inserções de 30 segundos que começaram a ser veiculados ontem em cadeia de rádio e TV, no horário de propaganda eleitoral gratuita, as principais estrelas do PSDB atacam o desemprego, a inflação e a condição da economia no país. Os filmes, que também serão apresentadas hoje e sábado, foram feitos a partir de trechos dos discursos dos principais líderes tucanos na convenção de julho, quando o senador Aécio Neves (PSDB-MG) foi reeleito para um mandato de dois anos como presidente do partido.

Com a proposta de demonstrar união, o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, e o senador José Serra (PSDB-SP), principais adversários de Aécio na disputa interna pela candidatura tucana à Presidência em 2018, ganharam espaço. Aécio, porém, aparece em cinco das seis inserções, enquanto Alckmin e Serra em uma, cada. Os dois são sempre precedidos por Aécio e sucedidos pelo ex-presidente Fernando Henrique Cardoso.

No primeiro vídeo, Aécio critica a situação econômica e diz que o Brasil votou a debater problemas de 20 anos atrás, de antes do Plano Real:

- O desafio agora, de novo, é controlar a inflação, retomar o crescimento, garantir os empregos e evitar o agravamento da crise social na qual já estamos, infelizmente, mergulhados - diz.

Convocação para protesto do dia 16
Na próxima semana o PSDB começa a exibir inserções estimulando a participação dos seus eleitores na marcha que está sendo organizada para ocupar as ruas do país em 16 de agosto. Ontem, em encontro de governadores em São Paulo, Alckmin e o governador do Mato Grosso do Sul, Reinaldo Azambuja (PSDB), defenderam o apoio dos tucanos aos movimentos de rua. Já governador do Paraná, Beto Richa (PSDB) - alvo de manifestações em seu estado - considerou "desnecessária" a vinculação do partido à marcha.

No fim do dia, o líder do partido no Senado, Cássio Cunha Lima (PB), defendeu a convocação, em nota: "Quem tem que ter medo do povo é o governo, não a oposição, que está em sintonia com grande parcela da população que hoje se faz maioria. Toda a oposição tem que estar onde o povo está. Não queremos assumir a paternidade das manifestações de rua, mas estamos ao lado dos manifestantes porque esse é o nosso papel, dado pelas urnas. Estamos com os manifestantes que discordam das práticas desse governo, que querem lutar contra a corrupção".

Embora as inserções com a convocação só comecem na próxima semana, uma dos vídeos divulgados ontem já aborda o assunto.

- É preciso sempre ouvir as ruas, as famílias, ouvir os indivíduos. Nosso compromisso é com uma sociedade justa, que prioriza a atenção aos que mais precisam - diz Aécio num vídeo.

FH fala em recuperar decência
No momento em que Alckmin prepara uma agenda nacional e viagens pelo país, para se pôr em condições de disputar a vaga de candidato a presidente em 2018, ele aparece em outro vídeo, seguido de Fernando Henrique.

- Democracia, desenvolvimento e ética. Esse é o PSDB - diz Alckmin.

- Não sabem governar. Estamos assistindo com nossos olhos à desmoralização do funcionamento do atual sistema político - diz Fernando Henrique.

Em um dos filmetes, Aécio aparece com Fernando Henrique e Serra.

- Cresce o déficit, a inflação se mantém alta, o desemprego cai. Entramos num ciclo vicioso infernal, que é aquele em que o governo nos meteu - afirma Serra.

Os filmetes sempre se encerram com o lema adotado "PSDB: oposição a favor do Brasil". Os vídeos serão veiculados também nas redes sociais. Em outro vídeo, Aécio aparece ao lado dos dois líderes do PSDB: na Câmara, Carlos Sampaio (SP), e no Senado, Cássio Cunha Lima (PB). Há ainda um vídeo com a presidente do PSDB Mulher, Solange Jurema. Esse é o único em que Aécio não aparece.

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