terça-feira, 11 de agosto de 2015

Não cabe à oposição apontar saídas para crise, dizem tucanos

• Em homenagem a Eduardo Campos, Aécio e Alckmin criticam PT por não admitir erros

Patrícia Britto – Folha de S. Paulo

RECIFE - Dois dos principais nomes do PSDB, o senador Aécio Neves (MG) e o governador Geraldo Alckmin (SP) afirmaram nesta segunda (10) que não é dever da oposição apontar a saída para as crises política e econômica enfrentadas pelo governo federal.

"Não cabe ao PSDB escolher qual o melhor desfecho para essa crise, até porque as alternativas que estão colocadas não dependem do PSDB. Seja a continuidade da presidente, seja a discussão na Câmara dos Deputados sobre o impeachment, seja a questão do TSE", disse Aécio.

A declaração foi feita após homenagem ao ex-governador de Pernambuco Eduardo Campos, morto há um ano.

"A oposição não governa. Os erros que hoje estão ocorrendo são por conta do governo. Não pode responsabilizar os outros pelos seus problemas", afirmou Alckmin a jornalistas, rebatendo a declaração de Dilma de que haveria um "vale-tudo" para tentar atingir o governo.

Os tucanos criticaram as atitudes do governo de "não reconhecer os próprios erros" e de "terceirizar as responsabilidades", citando o último programa partidário do PT.

Eles evitaram, contudo, passar a imagem de que estariam atuando nos bastidores para desestabilizar o governo. "Essa questão de impeachment não está colocada neste momento", afirmou Alckmin.

Como a Folha mostrou no domingo (9), o PSDB está dividido. Grupo ligado a Aécio defende a convocação de novas eleições, mas ala próxima a Alckmin não quer mudanças, para que ele possa se candidatar à Presidência em 2018.

Homenagem
Políticos, amigos e familiares lotaram auditório no Recife para acompanhar as homenagens ao ex-governador.

O ministro Jaques Wagner (Defesa) citou bordão criado por Campos para dizer que o governo não irá desistir do Brasil. "Quem trabalha por um ideal não desiste nunca."

A ex-senadora Marina Silva (PSB) discursou emocionada. Ela clamou por justiça e pediu respeito à democracia. "Acima de nós está o Brasil."

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