• Luiz Marinho, próximo de Lula, diz que Dilma enfim tomou iniciativa
Sérgio Roxo e Tatiana Farah - O Globo
SÃO PAULO - Petista dos mais próximos de Lula, o prefeito de São Bernardo do Campo, Luiz Marinho, classificou ontem de “bobagem” a redução de ministérios como forma de enfrentar a crise e afirmou que o PMDB já tem muito espaço dentro do governo, enquanto o PT tem “espaço insuficiente”.
— Para que mais espaço para o PMDB? Ele tem espaço demais. Cuida da articulação política, Integração, Minas e Energia, Portos. Tem coisa para caramba. Mas, se a solução for pôr 100% do PMDB, então ponha 100% do PMDB. Eu sinceramente acho uma visão muito estreita. Se os parlamentares estão dizendo “esse ministro não representa o partido”, tem de enfrentar essa discussão, não adianta ficar postergando. De repente não é a quantidade de ministros, mas como colocar pessoas dos partidos que representem efetivamente os partidos.
O petista afirmou que a presidente deu os primeiros passos para sair da crise, ao iniciar o diálogo com líderes e movimentos sociais:
— A presidenta Dilma aparentemente resolveu tomar as iniciativas de diálogo com vários segmentos. Espero que isso se restabeleça e que o partido não tenha mais que fazer esse tipo de reclamação — disse o prefeito, para quem o governo deve “sair dessa perplexidade e agir”.
Marinho, como tem feito o PT, atacou a política econômica do ministro da Fazenda, Joaquim Levy. Além de defender que o governo adote medidas como as tomadas por Lula em 2008, para ampliação do crédito e do consumo, ele criticou a decisão do ministro de apenas liberar estados e municípios para fazerem convênios internacionais no ano que vem:
— É preciso que o Levy tire o pé da garganta dos municípios e dos estados.
O petista desconsiderou a possibilidade de o ex-presidente Lula assumir um ministério para garantir foro privilegiado por conta das investigações da Operação Lava-Jato, que apura crimes de corrupção e cartel nos contratos da Petrobras.
— Não faz sentido o Lula ser ministro. Se ele tivesse de ir para o governo, teria de ser uma necessidade da presidenta — disse ele, apontando que Dilma demora a seguir os conselhos do ex-presidente: — Ouvir, ela sempre ouviu. Só não dava sequência ao que ouvia. Afinal de contas, ela não é surda.
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