• Incerteza sobre economia dificulta tomada de decisões
Lucianne Carneiro, Cássia Almeida, Daiane Costa Lucas Moretzsohn - O Globo
Após a estagnação de 2014, e um ano de 2015 que é considerado perdido, o cenário para a economia brasileira em 2016 já prevê um novo tombo de até 3,5%, como é o caso da projeção do Banco Fator. Mais do que apenas a estimativa de uma nova recessão, a incerteza que ronda o próximo ano provoca uma dispersão entre as projeções de economistas. Há quem ainda espere um recuo de 1,9%, como é o caso da MB Associados.
Segundo analistas, a dispersão de projeções é preocupante porque dificulta a tomada de decisões pelas empresas, retardando a volta dos investimentos.
— É uma situação inédita da economia, e assim as opiniões divergem por bastante tempo — explica José Francisco Gonçalves, professor da USP e economista-chefe do Banco Fator.
Avaliação sobre confiança
Caso sejam confirmadas as projeções do mercado, o ano de 2016 será o terceiro ano sem crescimento no país. Em 2014, a variação foi de apenas 0,1%, o que é caracterizado como estagnação. Em 2015, as estimativas já são de uma retração de até 3,8%, como é o caso do Banco Fibra. No resultado acumulado até setembro, o recuo foi de 3,2%. Se para 2016 já há tantas opiniões diferentes, mais difícil ainda é encontrar quem se arrisque a fazer uma projeção para 2017. Em geral, a expectativa é de estabilidade.
Para o economista-chefe da LCA Consultores, Bráulio Borges, o principal fator que explica a diferença entre as projeções é a avaliação sobre a confiança de consumidores e de empresários na economia. Segundo seu cálculo, a manutenção da confiança no atual nível poderia levar a uma queda do PIB entre 2,3% e 3,3% em 2016. Mas seria até possível a economia voltar a crescer caso houvesse uma recuperação da confiança:
— Uma mudança não muito grande no nível de confiança pode fazer a diferença entre uma variação positiva ou negativa da economia em 2016.
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