Por Fernando Taquari – Valor Econômico
SÃO PAULO - Dois dos três petistas que integram o Conselho de Ética foram alvos de intensa pressão nas redes sociais para dar andamento ao processo de cassação do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), acusado de quebrar o decoro parlamentar. O voto dos três é considerado fundamental para selar o destino do pemedebista. Cunha passou os últimos dias tentando persuadir os petistas com a ameaças veladas de colocar na pauta o impeachment da presidente Dilma Rousseff caso não tenha o apoio dos parlamentares do PT.
Nos dois postes que publicou no seu perfil no Facebook ao longo do dia de ontem - nenhum relacionado à votação no Conselho de Ética - o deputado Valmir Prascidelli (SP) recebeu no total 76 comentários de volta até o início da noite. A maioria dos internautas exigia do deputado o voto contra Cunha. Algumas palavras, como "estamos de olho", "o povo não vai perdoar", "tenha bom senso e dignidade", "não vá se queimar", "não afunde sua carreira", se destacavam entre cobranças mais diretas.
Outros internautas lembraram da pesquisa Datafolha, divulgada na semana passada, que aponta que 81% dos brasileiros defendem que o pemedebista tenha o mandato cassado por seu envolvimento na Lava-Jato. Cunha é acusado de receber R$ 5 milhões de propina em contratos da Petrobras, além de manter contas secretas na Suíça.
O deputado Léo de Brito (AC) também postou duas mensagens no Facebook ontem. Assim como o correligionário, nenhuma tinha relação com Cunha. O petista recebeu 34 comentários de volta. Praticamente todos pediam a derrubada do pemedebista. Alguns internautas afirmaram que proteger o presidente da Câmara significava conivência com a "podridão", enquanto outros colocavam em dúvida a reputação de Brito com críticas de que a história não o perdoará e que estaria rifando sua imagem para salvar Cunha. Menos ativo no Facebook, Zé Geraldo (PA) não publicou mensagens e não recebeu nenhuma cobrança no Facebook.
A votação no Conselho de Ética ficou ao longo do dia entre os cinco assuntos mais comentados no Twitter, conforme levantamento da E.Life Group. Até o fechamento desta edição, Cunha e a votação motivaram 7.463 comentários na ferramenta. A maior parte mostrava indignação com o fato de o colegiado encerrar a sessão sem votar o relatório do deputado Fausto Pinato (PRB-SP). Alguns mais exaltados xingaram o pemedebista, outros aproveitaram para defender sua renúncia e da presidente Dilma. Uma parcela de internautas ainda manifestava a expectativa do presidente da Câmara cair e levar consigo outros deputados investigados por corrupção.
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