• Presidente da Câmara se movimenta para se reeleger ao cargo
Cristiane Jungblut e Júnia Gama - O Globo
-BRASÍLIA- O presidente da Câmara, deputado Rodrigo Maia (DEM-RJ), assumiu ontem, pela primeira vez de forma explícita, um discurso de candidato à reeleição para o comando da Casa. Em entrevista logo após dar posse a deputados que eram suplentes, prometeu que não fará “patota” e que nem haverá “retaliação” aos adversários numa nova disputa pelo comando da Casa. Maia ainda evitou anunciar formalmente a candidatura, que estaria “amadurecendo”, e disse que nos próximos dias tomará uma decisão final.
— É claro que no dia seguinte não haverá retaliação com ninguém, o processo de disputa eleitoral é democrático. Só falta alguém disputar uma eleição na Câmara, que é o poder mais importante da democracia, e porque outra deputado disputou, outro partido disputou e porque você ganhou, vai retaliar. Aí, não é democrático. Aí, não cabe nem essa pessoa presidir a Câmara — disse Maia.
O deputado também falou em repartir o poder na Casa:
— O caminho é não restringir o poder a poucos, dividir o poder com todos os deputados. Tivemos na última eleição, a qual eu venci, com muitos candidatos. E, no dia seguinte, partilhei o poder da Câmara com todos. Não fiz nenhuma distinção. Esse é o princípio básico do processo eleitoral na Câmara: que a gente faça a disputa e que a gente possa construir, logo no dia seguinte, a unidade política na Casa — disse ele.
Ele se negou a responder a uma pergunta sobre a acusação feita pelo líder do PTB, Jovair Arantes (PTB-GO), de que o governo estaria distribuindo cargos para ajudar o atual presidente da Câmara. O Palácio do Planalto tem estimulado que Maia “pegue carona” no governo como forma de se fortalecer para a disputa pela reeleição ao cargo e aumente suas chances de vencer a disputa logo no primeiro turno.
Segundo relatos, Maia vem negociando apoio entre os deputados mostrando sua influência para oferecer, como contrapartida, ajuda na reivindicação dos pleitos de cada um junto ao governo, se eleito. A iniciativa tem o aval do Planalto, que tem em Maia seu candidato preferido.
— Rodrigo está fazendo o dever de casa dele, ele tem que se colar a um governo que, no Congresso, tem força — diz um auxiliar do governo.
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