- Folha de S. Paulo
Geert Wilders, hoje na Holanda, Marine Le Pen, no mês que vem na França, Frauke Petry e a turma do Alternative für Deutschland, em setembro na Alemanha, Jair Bolsonaro, em 2018 no Brasil. Depois de Donald Trump, o mundo se preocupa com a ascensão de líderes populistas da extrema direita.
Não há dúvida de que o planeta se torna um lugar pior sempre que esse tipo de gente chega ao poder, mas me parecem exagerados os temores dos que vislumbram uma onda fascista global. É verdade que Trump, que nem chega a ser um extremista, venceu, mas isso não nos autoriza a concluir que os outros líderes acima mencionados ou mesmo a maior parte deles repetirá os passos do americano. Ouso até prognosticar que não.
É fato que a proverbial ignorância das massas, a força sedutora do populismo e vieses xenófobos dos quais a humanidade deveria envergonhar-se contribuíram para a vitória de Trump, mas o que se mostrou decisivo para que ele chegasse à Casa Branca foi o anacrônico sistema eleitoral americano, que permite que o candidato derrotado no voto popular triunfe no colégio eleitoral.
Na maior parte do mundo democrático, vigoram sistemas que, se não eliminam, limitam a possibilidade de aventureiros sem o apoio da maioria vencerem o pleito. No presidencialismo, a principal válvula de segurança é o segundo turno, existente tanto na França como no Brasil. Onde ele não está previsto, aumentam mesmo as chances de prototiranos se instalarem no poder, como foi o caso de Rodrigo Duterte nas Filipinas.
Já no Parlamentarismo, essas figuras e seus partidos até podem obter mais votos que seus adversários, mas, para efetivamente governar, precisam compor com outras forças, o que ou os tira do páreo ou exige que moderem suas posições.
Nos EUA, o controle da palatabilidade dos candidatos era feito pelos partidos, não pelo sistema de votação. Foi isso que deu errado.
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