Por Vandson Lima e Marcelo Ribeiro | Valor Econômico
BRASÍLIA - Avançaram as chances de o PSDB fechar alianças nacionais com o PSD e o PSC. Essa foi a avaliação predominante dos tucanos em almoço ontem, em Brasília, com o pré-candidato da sigla à Presidência da República, Geraldo Alckmin.
Segundo deputados e senadores do partido, no caso do PSD, falta apenas o anúncio oficial. A sigla apoiará candidatos do PSDB nos dois maiores colégios eleitorais do país: São Paulo, com João Doria; e Minas Gerais, com Antonio Anastasia. O apoio teria se consolidado, segundo fontes da cúpula de ambas as legendas, após acordo para o deputado Marcos Montes (PSD-MG) ser o vice de Anastasia.
Defensor do apoio do PSD à Alckmin, o ministro das Comunicações Gilberto Kassab disse que as conversas estão acontecendo. "Existe um sentimento da minha parte de perceber que uma ampla maioria do partido apoia Alckmin". Caso consiga se costurar essa parceria, Alckmin e o PSDB acreditam que o movimento do PSD será seguido por outras legendas do centro.
Em contrapartida, há expectativa de apoio do PSDB à candidatura de Índio da Costa (PSD) ao governo do Rio. Outra candidatura do PSD que pode se tornar palanque tucano é no Amazonas, onde o ex-governador Omar Aziz deve concorrer.
"As coisas estão caminhando. Mas quem anuncia aliança é o aliado", afirmou, cuidadoso, Alckmin ao sair do encontro, realizado no gabinete do senador Tasso Jereissati (PSDB-CE) e que contou com a presença de deputados e senadores.
Sobre a possibilidade de conquistar mais apoios, de partidos que hoje têm candidaturas presidenciais postas - caso do PSC, com Paulo Rabello de Castro -, Alckmin se disse otimista e avaliou que o grande número de pré-candidatos hoje tende a reduzir. "O número de candidatos reduzirá até a convenção, no mês de julho. Você precisa de aliança para governar, para fazer uma agenda de reformas. Os palanques estaduais são importantes". Um encontro de Alckmin com o Pastor Everaldo, homem forte do PSC, era esperado para ontem.
No quesito palanques locais, os tucanos definiram, após a desistência do prefeito de Salvador, Antonio Carlos Magalhães Neto (DEM), em concorrer, que o deputado João Gualberto (PSDB) será o candidato do partido ao governo da Bahia. Parlamentar em primeiro mandato, Gualberto é empresário e dono de uma rede de supermercados local.
Futuro coordenador da campanha de Alckmin, o anfitrião Tasso Jereissati continua cotado para concorrer ao governo do Ceará. "Tasso é importantíssimo. Ele não disse que será, mas se viesse a ser candidato, seria fortíssimo", disse Alckmin. Consultado pelo Valor, o senador disse não haver a possibilidade de concorrer ao governo.
Questionado, Alckmin afirmou não estar preocupado com o pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR) ao Superior Tribunal de Justiça (STJ), para que remeta à primeira instância investigações referentes a cinco governadores que renunciaram aos cargos para concorrer às eleições de 2018.
Alckmin, citado por delatores da Odebrecht por suposto repasse de recursos para campanha eleitoral, estaria no grupo. Com isso, seu inquérito seria remetido à Justiça Eleitoral, não cabendo aos integrantes da força-tarefa da Lava Jato em São Paulo investigar o caso. "Nem estou sabendo. A delação é de natureza eleitoral e sem nenhuma procedência. Isso vai ficar claro. É só aguardar".
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