Folha de S. Paulo
Sócios no genocídio devem ser atacados no
único lugar onde têm alguma sensibilidade, o bolso
A CPI da
Covid acertou a mão em corrupção grossa no Ministério da Saúde e
por isso foi alvo de uma tentativa de implosão por meio do policial
militar Luiz Paulo Dominguetti.
Nas horas vagas, ele fazia bico como vendedor de vacinas. Ao que parece, vendia vento
para incautos.
Sua principal missão foi tentar tirar a credibilidade do deputado Luís Miranda (DEM-DF), que lançara no ventilador os nomes de Bolsonaro e de seu líder na Câmara, Ricardo Barros (PP-PR), ao juntá-los no caso Covaxin, que envolve também o empresário Francisco Maximiano. O mesmo que teve as portas do BNDES abertas pelo filho 01 e senador, Flávio Bolsonaro (Patriota-RJ).
É bem verdade que Luís Miranda tem seus
interesses comerciais na área da saúde, o que merece a atenção da CPI. Mas isso
não invalida a denúncia que fez junto com o irmão, o servidor do ministério
Luís Ricardo Miranda.
Apesar da confusão que causou, Dominguetti
também fez revelações sobre outro esquema, envolvendo militares e funcionários,
entre eles Roberto Dias,
há pouco exonerado. Dias é personagem chave por aparecer nas duas denúncias, a
da Covaxin e a de Dominguetti, e por ser ligado a Barros.
O que se viu até agora indica uma disputa
de facções no Ministério da Saúde em torno da pilhagem do orçamento público. No
reino animal, seria algo como hienas tentando participar de um banquete até
então exclusivo para os leões da savana.
Antes de terminar, um registro sobre o não
depoimento de Carlos Wizard. Esse sujeito é a cara dos endinheirados no Brasil.
Para os pobres, cloroquina e morte. Para a família dele, o melhor tratamento
nos Estados Unidos. Foi difícil segurar a náusea ao vê-lo arreganhar os dentes
e zombar de quem morreu. Wizard é dono de várias empresas. Uma busca na
internet mostra quais são. Sócios no genocídio devem ser atacados no único
lugar onde têm alguma sensibilidade: o bolso. Boicote neles.
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