O Estado de S. Paulo
A igualdade de oportunidades e a igualdade civil foram conquistas da ‘direita’, e não da ‘esquerda’
A esquerda perdeu o rumo. Da proposta que orientou o pensamento marxista desde o século 19, até os seus desdobramentos totalitários no século 20, pouco restou daquela ideia que outrora pareceu universal, voltada para a emancipação de todas as pessoas. Sua realização prática foi o comunismo soviético com seu cortejo de repressão, tortura, assassinatos, de inimigos e amigos, desembocando na fome, tendo o Holodomor da Ucrânia como um dos seus exemplos mais aterradores. O cortejo fúnebre seguiu com o maoísmo na China, eliminando por sua vez mais de 60 milhões de seus habitantes, com a aniquilação de quaisquer liberdades. No Camboja, o horror ainda se revelou mais horripilante, com o assassinato de 50% de sua população. Poderíamos seguir o cortejo na Albânia, nos países da Europa Oriental, até os nossos esbirros em Cuba, dos Castros, e na Venezuela, de Hugo Chávez e Nicolás Maduro. Aliás, ícones da esquerda brasileira em suas distintas correntes, do PT ao PCdoB e ao PSOL, passando pelo Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) e pelo Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST) de Guilherme Boulos, agora posando de moderado para captar votos de incautos.
Contudo, permaneceu a utopia do século 19
como se fosse possível criar via revolução uma sociedade igualitária, sem que,
todavia, seus autores, Karl Marx e Friedrich Engels, tivessem a mínima noção do
que significa a própria ideia de igualdade. Dos milhares de páginas de seus
autores, apenas poucas dezenas foram dedicadas a esboçar o que seria, na
prática, a realização dessa igualdade. Sua proposta, apesar de aparência
“científica”, nada mais seria do que a versão secular do messianismo. Os
intelectuais do século 20, porém, sobretudo de corte europeu naquele então,
trouxeram para a discussão a contraposição entre igualdade e liberdade, como se
a primeira representasse o socialismo e a segunda, o capitalismo.
Ora, tomaram uma ideia utópica de igualdade e
a consagraram como dogma, desconsiderando totalmente a experiência totalitária,
presente aos seus olhos. Julgaram o capitalismo a partir de uma utopia e
fizeram vista grossa à violência e aos seus desenvolvimentos na aniquilação das
liberdades e, pasmem, da própria igualdade. A igualdade foi literalmente
esquartejada, com a população reduzida entre a miséria e péssimas condições de
vida, da liberdade de escolha das pessoas nada restando. Com requintes de crueldade,
os membros dos partidos comunistas, a nomenclatura, viviam abastados, em dachas
e casas de campo, usufruindo dos privilégios dos “burgueses”. A desigualdade
era gritante e continua a sêlo em Cuba, Venezuela, Nicarágua e Coreia do Norte.
Enquanto isso, o “capitalismo”, isto é, a
economia de mercado, a propriedade privada, o Estado de Direito e a democracia,
empreendeu o seu caminho rumo às liberdades e às igualdades. Realizaram,
sobretudo no contexto europeu, graças à social-democracia e à democracia
cristã, uma sociedade plural, tolerante e voltada para o bem-estar material de
suas populações, algo inimaginável nas sociedades socialistas. Mais
especificamente, a igualdade de oportunidades e a igualdade civil foram
concretizadas, em níveis inalcançáveis nas sociedades comunistas/socialistas.
Igualdade de oportunidades efetuada com educação pública de qualidade,
oferecendo as mesmas chances de formação para todas as pessoas,
independentemente de classe social, raça, religião ou sexo. A igualdade civil
teve como seu grande corolário a igualdade das mulheres. Foram conquistas da
“direita”, e não da “esquerda”!
As pessoas não são iguais por natureza. Umas
nascem brancas, outras pretas, outras pardas, outras com olhos puxados; umas
nascem homens, outras mulheres; umas sãs, outras doentes; umas fortes, outras
fracas. Na vida social, alguns são empreendedores, outros preguiçosos; alguns
adoram a vida familiar, outros a libertinagem; uns o ascetismo, outros a
bebedeira. Caberia ao Estado, portanto, a todos impor o mesmo salário e o mesmo
comportamento graças à sua destruição da economia de mercado, tornando todas as
empresas estatais? O seu corolário foi nada mais do que a corrupção, a
ineficiência e o colapso.
Atualmente, a esquerda decidiu se reinventar
por intermédio das políticas identitárias. Ora, tais políticas terminaram por
deturpar, se não perverter, a própria ideia da igualdade. As pessoas passaram a
ser identificadas pela cor, pelo gênero e pelo seu credo, como se a igualdade
civil, por exemplo, viesse a inexistir. Umas valem mais do que as outras. Em um
racismo à inversa, negros passaram a ter mais valor do que brancos, erigindo
toda uma narrativa segundo a qual toda voz discordante, crítica, deve ser calada.
O antissemitismo, travestido de antissionismo, por sua vez, anda de rédeas
soltas, sobretudo nos meios de esquerda. Do ódio aos judeus aos ataques à
própria existência do Estado de Israel, o preconceito parece não ter mais
limites. Até judeus de esquerda já não mais aguentam a situação, salvo,
evidentemente, os renegados de sempre, que se põem de joelhos diante do altar
do lulopetismo.
A esquerda apodreceu!
2 comentários:
''Os negros tem mais valor que os brancos',eu só não sei onde.
Graças a Deus a esquerda foi melhorando com o tempo,a direita...
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