sábado, 22 de março de 2014

Valor pago pela Petrobras por Pasadena pode ser maior que o divulgado

Documento enviado ao regulador do mercado financeiro americano aponta que estatal pagou US$ 416 milhões, e não US$ 360 milhões, pelos primeiros 50% da unidade

O Globo

RIO - O valor pago pela Petrobras pelos primeiros 50% da refinaria de Pasadena, nos Estados Unidos, pode ter sido maior do que vem sendo divulgado pela empresa. Documento encaminhado pela estatal à Securities Exchanges Comission (SEC), órgão regulador do mercado financeiro americano, divulgado na noite desta sexta-feira pelo "Jornal Nacional" aponta que a empresa pagou US$ 416 milhões em vez de US$ 360 milhões.

O relatório teria sido enviado à SEC, ainda de acordo com o "Jornal Nacional", em 2007, um ano depois de a compra ter sido efetivada. A Petrobras alega que a companhia belga Astra pagou US$ 42 milhões por Pasadena e investiu na unidade mais US$ 84 milhões. A Petrobras então teria comprado metade da refinaria por US$ 190 milhões, e investido nela outros US$ 170 milhões.

As empresas se desentenderam e a Astra tentou valer uma cláusula do contrato que previa que a Petrobras deveria comprar a outra metade do negócio. A estatal, inicialmente, se negou a cumprir a cláusula, mas após uma longa disputa judicial na corte federal do Texas, teve que aceitar o negócio em 2012, pagando mais US$ 820 milhões.

Outro documento obtido pelo "Jornal Nacional" foi a ata de uma reunião realizada em 20 de junho de 2008, que afirma que "não constou do resumo executivo a informação sobre a cláusula Marlim" (qe garantia lucro de 6,9% ao ano à sócia Astra, independente das condições do mercado) e que "o teor da cláusula não foi objeto de aprovação do Conselho de Administração".

Para justificar a compra, a presidente Dilma argumentou que a cláusulas Marlim e a que obrigava a estatal a comprar os 50% restantes (put option) em caso de divergências entre as empresas, não haviam sido mencionadas no resumo executivo preparado pela diretoria internacional da Petrobras, analisado na reunião de 3 de fevereiro de 2006, em que o negócio foi aprovado.

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