Adão Cândido *
DEU NO PORTAL DO PPS
A maioria das pessoas que observa o movimento estudantil brasileiro não consegue entender como o PC do B hegemoniza a UNE em detrimento do PT, desde a refundação da entidade em 1979. Com exceção dos anos de 1985 e 1986, quando os petistas conseguiram superar a então chamada Viração (PCdoB), eles sempre foram fregueses de uma força política residual na sociedade.
Ao observar esse fenômeno no microcosmo da política estudantil encontramos algums paralelos com a grande política do governo Lula e sua base de sustentação partidária e podemos entender a fragilidade da equação montata por Lula para tentar eleger a escolhida para sucedê-lo.
A atuação pífia do PT no movimento estudantil é resultado de duas características intrínsicas a essa organização. A primeira é a total incapacidade de fazer alianças com outras forças politicas sem que essas tenham que se subordinar plenamente a sua hegemonia. A outra é a prevalência da necessidade de fazer acertos internos para manter o PT minimamente unificado, mesmo que isso inviabilize atender aos outros partidos.
Espantando aliados e gastando energia com disputas internas o PT tem sido relegado a figurante no movimento estudantil e agora inicia esse caminho na política nacional.
A total incapacidade de fazer alianças no plano nacional ficou evidente no episódio do mensalão. O PT preferiu comprar votos no varejo a ter de selar compromissos de partilhar poder com as outras direções partidárias.
Como o PT é uma frente de grupos, correntes e coletivos, para manter a sua unidade tem que arranjar “boquinhas” para todos eles, o que acaba estreitando a possibilidade de contemplar os possíveis aliados.
Um sintoma claro causado por esse isolamento é a falta que o PT tem de qualquer outro vértice importante de poder além do Lula, que hoje já transcendeu em muito a sua base partidária original. Nos estados e cidades mais importantes o PT está fora do poder e sem lideranças com perspectivas reais de alcançá-lo.
Por outro lado o PMDB, partido que poderia dar viabilidade para a candidatura Dilma, está se comportanto como o grande agregador, juntando em seu entorno todos os pequenos e médios partidos da base governista. Criando uma espécie de “centrão” do Lula.
Para jogar essa novo papel o PMDB conseguiu fazer um arranjo interno que lhe permitiu ser o principal partido da aliança de direito e de fato. Conquistando nas urnas a condição de maior partido do país e unificando a atuação no Senado e na Câmara, garantindo para si as presidencias das duas casas legislativas nacionais e bom espaços para sua clientela política no próprio legislativo e nos mais diversos ministérios e estatais.
A contradição principal de tudo isso é que o PT tem uma sobre representação na divisão de espaços de poder no governo federal. A fatia petista foi conquistada noutro momento, quando o PT ainda era o principal motor político da aliança, papel hoje ocupado pelo PMDB.
Há quem diga que a política é uma selva, e na selva quando o leão velho demonstra sinais fraqueza é hora do leão mais novo ascender. O resultado prático dessa nova realidade são todos esses corpos de petistas estendidos no chão do Congresso Nacional.
Nessa perspectiva, a candidatura Dilma está sob ameaça. Ela só terá alguma viabilidade se for apoiada pelo PMDB, que por sua vez, não diz nem que sim e nem que não, e só se deleita com a tomada de espaços dos petistas no aparelho de Estado. Para conquistar esse apoio de forma definitiva, ela e Lula terão de se comprometer ainda mais com PMDB entregando mais e mais cabeças petistas em Brasília e nos estados.
Os petistas devem estar se perguntando se isso tudo não seria uma “avant-premiere” do que será o governo da Dilma, uma candidata sem votos, com poder derivado de outro e que ficará cada vez mais refém do maior partido. Servirá o PT de barriga de aluguel para um governo do “centrão”?
Alguns analistas acreditam que sim, por puro pragmatismo e numa tentativa derradeira de manter seus espaços na Esplanada. Mas a cada hora que passa essa solução se torna cada vez mais temerária, porque até o lulista mais empedernido já sentiu que o Lula tomou a decisão de atirar o PT e os petistas às feras insaciáveis do PMDB em troca do apoio a sua candidata.
DEU NO PORTAL DO PPS
A maioria das pessoas que observa o movimento estudantil brasileiro não consegue entender como o PC do B hegemoniza a UNE em detrimento do PT, desde a refundação da entidade em 1979. Com exceção dos anos de 1985 e 1986, quando os petistas conseguiram superar a então chamada Viração (PCdoB), eles sempre foram fregueses de uma força política residual na sociedade.
Ao observar esse fenômeno no microcosmo da política estudantil encontramos algums paralelos com a grande política do governo Lula e sua base de sustentação partidária e podemos entender a fragilidade da equação montata por Lula para tentar eleger a escolhida para sucedê-lo.
A atuação pífia do PT no movimento estudantil é resultado de duas características intrínsicas a essa organização. A primeira é a total incapacidade de fazer alianças com outras forças politicas sem que essas tenham que se subordinar plenamente a sua hegemonia. A outra é a prevalência da necessidade de fazer acertos internos para manter o PT minimamente unificado, mesmo que isso inviabilize atender aos outros partidos.
Espantando aliados e gastando energia com disputas internas o PT tem sido relegado a figurante no movimento estudantil e agora inicia esse caminho na política nacional.
A total incapacidade de fazer alianças no plano nacional ficou evidente no episódio do mensalão. O PT preferiu comprar votos no varejo a ter de selar compromissos de partilhar poder com as outras direções partidárias.
Como o PT é uma frente de grupos, correntes e coletivos, para manter a sua unidade tem que arranjar “boquinhas” para todos eles, o que acaba estreitando a possibilidade de contemplar os possíveis aliados.
Um sintoma claro causado por esse isolamento é a falta que o PT tem de qualquer outro vértice importante de poder além do Lula, que hoje já transcendeu em muito a sua base partidária original. Nos estados e cidades mais importantes o PT está fora do poder e sem lideranças com perspectivas reais de alcançá-lo.
Por outro lado o PMDB, partido que poderia dar viabilidade para a candidatura Dilma, está se comportanto como o grande agregador, juntando em seu entorno todos os pequenos e médios partidos da base governista. Criando uma espécie de “centrão” do Lula.
Para jogar essa novo papel o PMDB conseguiu fazer um arranjo interno que lhe permitiu ser o principal partido da aliança de direito e de fato. Conquistando nas urnas a condição de maior partido do país e unificando a atuação no Senado e na Câmara, garantindo para si as presidencias das duas casas legislativas nacionais e bom espaços para sua clientela política no próprio legislativo e nos mais diversos ministérios e estatais.
A contradição principal de tudo isso é que o PT tem uma sobre representação na divisão de espaços de poder no governo federal. A fatia petista foi conquistada noutro momento, quando o PT ainda era o principal motor político da aliança, papel hoje ocupado pelo PMDB.
Há quem diga que a política é uma selva, e na selva quando o leão velho demonstra sinais fraqueza é hora do leão mais novo ascender. O resultado prático dessa nova realidade são todos esses corpos de petistas estendidos no chão do Congresso Nacional.
Nessa perspectiva, a candidatura Dilma está sob ameaça. Ela só terá alguma viabilidade se for apoiada pelo PMDB, que por sua vez, não diz nem que sim e nem que não, e só se deleita com a tomada de espaços dos petistas no aparelho de Estado. Para conquistar esse apoio de forma definitiva, ela e Lula terão de se comprometer ainda mais com PMDB entregando mais e mais cabeças petistas em Brasília e nos estados.
Os petistas devem estar se perguntando se isso tudo não seria uma “avant-premiere” do que será o governo da Dilma, uma candidata sem votos, com poder derivado de outro e que ficará cada vez mais refém do maior partido. Servirá o PT de barriga de aluguel para um governo do “centrão”?
Alguns analistas acreditam que sim, por puro pragmatismo e numa tentativa derradeira de manter seus espaços na Esplanada. Mas a cada hora que passa essa solução se torna cada vez mais temerária, porque até o lulista mais empedernido já sentiu que o Lula tomou a decisão de atirar o PT e os petistas às feras insaciáveis do PMDB em troca do apoio a sua candidata.
* é secretário de comunicação dom PPS.
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