A oposição pede mais tempo para discutir as propostas para o pré-sal. "O governo teve 22 meses para fazer um projeto de lei e é razoável que o Congresso e a sociedade tenham tempo para resolver isso", disse o governador de São Paulo, José Serra.
Oposição quer barrar novo marco regulatório
""Sociedade e Congresso precisam de tempo"", diz Serra
A oposição promete atrapalhar os planos do governo para aprovar os quatro projetos enviados ao Congresso que tratam da camada do pré-sal. As principais insatisfações estão no regime de partilha de exploração do petróleo e na urgência constitucional para a tramitação das propostas. A meta da oposição é derrubar a proposta do novo marco regulatório e fazer o governo explorar o pré-sal com base na atual Lei do Petróleo.
O governador de São Paulo, José Serra (PSDB), reclamou do regime de urgência. "O pré-sal foi anunciado há 22 meses, o governo teve 22 meses para fazer um projeto de lei e é razoável que o Congresso e a sociedade tenham tempo para resolver isso."
"Se todos estiverem dispostos a fazer uma discussão séria, os projetos serão aprovados com agilidade. Mas colocar caráter de urgência é pensamento de tropa de choque. No Senado, eles não têm maioria", disse o líder do PSDB no Senado, Arthur Virgílio (AM). "O pré-sal é um projeto de Brasil, o governo não pode discuti-lo com cabeça de tropa de choque."
Na Câmara, a reação foi parecida. "Esse açodamento só se justifica por interesses político-eleitorais", afirmou o líder do PSDB, José Aníbal (SP). O tucano afirmou que o governo fez muita "encenação".
No mesmo sentido, o líder do PPS, Fernando Coruja (SC), disse que o Palácio do Planalto está fazendo muita propaganda para pouco efeito prático. "É muito barulho para pouco efeito. Isso provocou uma expectativa em demasia, o que levou à queda as ações da Petrobrás", disse Coruja.
A oposição repudiou o projeto de lei que será enviado ao Congresso mudando o modelo de exploração do pré-sal para o formato de partilha, no qual a Petrobrás terá um mínimo de 30% de todos os consórcios e ainda poderá participar de leilões para aumentar o porcentual.
"Se o governo não fizer um debate sério, atropelar as negociações e não considerar um modelo que permite parcerias privadas, podemos trabalhar para rejeitar o projeto no Senado", disse o senador José Agripino Maia (RN), líder do DEM.
"Vão usar a política do rolo compressor, que pode ser compreendida como política da tropa de choque. O projeto vai tramitar na Câmara na base da maioria, mas vai chegar ao Senado e enfrentar uma forte resistência", endossou o senador Sérgio Guerra (PE), presidente do PSDB. "O governo vai encontrar um presidente (José Sarney) politicamente fraco no Senado, relações traumatizadas por causa da crise, e vai correr um grande risco de perder o projeto no voto", completou.
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