sexta-feira, 20 de julho de 2012

PT domina lista de prefeitos beneficiados pelo PAC-Mobilidade

Caio Junqueira

BRASÍLIA - Apesar de toda a tentativa da presidente Dilma Rousseff em despolitizar ontem a cerimônia de lançamento do PAC-Mobilidade para cidades médias, o PT acabou, de longe, sendo o maior beneficiado com o anúncio do pacote a menos de três meses das eleições.

Nos 75 municípios escolhidos mediante o critério de terem entre 250 mil e 700 mil habitantes, o PT tem candidatos próprios em mais de 70% deles. São 55 cidades com petistas à frente da chapa, número bem maior que as outras 18 (24%) cidades em que a legenda apoia uma candidatura aliada. Em outros dois municípios, a sigla não lançou ninguém nem montou coligações, segundo os dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

E foi justamente Minas Gerais, em cuja capital, Belo Horizonte, Dilma interferiu pessoalmente nas composições eleitorais e acabou por nacionalizar a disputa, o Estado que foi o alvo do maior número de cidades beneficiárias de seu partido. Nos oito municípios mineiros que fazem parte do "critério técnico" propagandeado pelo Palácio do Planalto, há candidatos a prefeito pelo PT em todos eles, sendo que em apenas três a atual administração é petista: Betim, Contagem e Governador Valadares.

Isso ocorreu também nos cinco municípios gaúchos arrolados da lista. Em Canoas, Caxias do Sul, Gravataí, Pelotas e Santa Maria, há candidatos petistas.

Em São Paulo, outro Estado onde a disputa é tradicionalmente nacionalizada nas grandes cidades, 22 municípios integraram a lista do PAC Mobilidade anunciado ontem. Desses, há candidaturas próprias petistas em 18 e prefeitos da legenda em quatro.

Aliás, o PT também está na frente quando se olha quem governa as cidades do PAC-Mobilidade lançado ontem. Dos 75 municípios, 20 são petistas e 13 pemedebistas. Da oposição aparecem apenas o PSDB, com 12, e o DEM, com 2. Na sequência, além do "independente" PSD, com 8, aparecem os governistas PDT (8), PR (7), PCdoB (2), PTB (2) e PRB (1).

Ao analisar as disputas nos colégios eleitorais, um eventual favorecimento, contudo, é posto em suspeição. Há muitos casos em que a base está fragmentada, como Piracicaba (SP), em que PT e PMDB se enfrentam. Por outro lado, também somam se situações em que os aliados estão todos juntos para uma reeleição petista, como Osasco (SP).

FONTE: VALOR ECONÔMICO

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