Mesmo de volta ao governo, aliados querem autonomia em questões regionais
BRASÍLIA - As dificuldades enfrentadas com o PMDB se repetem com outros partidos aliados ao governo. Com o mesmo objetivo de implodir possíveis apoios ao provável adversário Eduardo Campos, a presidente Dilma fez gestos de reaproximação com o PDT e o PR, que estavam distantes desde a "faxina ética" do primeiro ano de mandato. Mas os partidos aliados pretendem cobrar caro para não mudarem de lado. Mesmo com a reforma ministerial promovida para contemplar esses dois partidos, seus dirigentes continuam vendendo dificuldades para apoiar a reeleição e oferecer palanques a Dilma nos estados.
Em reunião recente com o presidente do PDT, Carlos Lupi, o presidente do PT, Rui Falcão, ouviu que em Pernambuco o PDT permanecerá com Eduardo Campos, e, em Minas, com o senador Aécio Neves, presidenciável do PSDB. No Rio Grande do Sul, os pedetistas vão lançar Vieira da Cunha contra a candidatura à reeleição do governador petista Tarso Genro, deixando o palanque presidencial em aberto.
Já no Rio, para apoiar a candidatura do senador Lindbergh Farias ao governo, o PDT quer a vice ou a vaga para o Senado. Na manga, o partido tem a possibilidade de candidatura própria do deputado Miro Teixeira ou do prefeito Sandro Matos, de São João de Meriti. Na Bahia, pelo menos, os dois partidos caminharão juntos. Quanto à eleição nacional, Lupi afirma:
- Quando há esse gesto da presidente de nomear alguém que tem vínculo histórico com o partido, retoma o diálogo. Mas a eleição está muito distante. A questão nacional é reflexo desses arranjos (regionais) - disse Lupi, salientando que a meta do partido é aumentar sua bancada de deputados federais de 27 para 50.
O PR vai pelo mesmo caminho. Mesmo depois de ter abandonado a propagada independência e voltado para a base do governo, ao ser acolhido novamente no Ministério dos Transportes com Cesar Borges, o partido não cogita alinhamento automático.
A deputada estadual Clarissa Garotinho, por exemplo, afirma que, no Rio, não há compromisso de o PR apoiar a reeleição da petista:
- Não existe compromisso com eleição presidencial. O palanque está aberto para Aécio ou qualquer outro - disse Clarissa, depois de tête-à-tête com o tucano no plenário do Senado, há algumas semanas.
A declaração de Clarissa foi chancelada por seu pai, o líder do PR na Câmara, Anthony Garotinho, que pretende disputar o governo do Rio:
- É isso mesmo. Nosso compromisso é nacional.
Fonte: O Globo
Nenhum comentário:
Postar um comentário