Secretaria Geral fez investigação paralela à da Casa Civil, diz "Veja"
BRASÍLIA e SÃO PAULO - O PSDB quer convocar o ministro Gilberto Carvalho, da Secretaria Geral da Presidência da República, para dar explicações ao Congresso sobre uma suposta investigação que sua pasta teria feito paralela à sindicância da Casa Civil sobre Rosemary Noronha, ex-chefe do escritório da Presidência em São Paulo. O líder do partido na Câmara, Carlos Sampaio (SP), pediu ontem que Gilberto seja afastado do cargo até que o caso seja esclarecido.
"É inadmissível que a presidente Dilma mantenha em seu governo um ministro que atua para atrapalhar apuração em favor de uma ex-servidora, denunciada pela Polícia Federal por tráfico de influência. O correto é que ele seja afastado até o fim dos trabalhos", diz Sampaio, em nota.
Segundo a revista "Veja", a pasta comandada por Carvalho teria tentado interferir na sindicância aberta na Casa Civil a pedido da presidente Dilma Rousseff, para descobrir como Rosemary atuava no escritório presidencial.
"Veja" informa que a sindicância foi questionada pela Secretaria Geral, para quem não caberia à Casa Civil investigar a funcionária denunciada por corrupção passiva e tráfico de influência. A reportagem diz que a Coordenação Geral de Correição (Coreg), órgão subordinado à Secretaria-Geral, instaurou um processo de investigação paralelo ao da Casa Civil, e fez ressalvas e advertências ao trabalho da sindicância.
A Secretaria Geral alegou ontem que em todas as sindicâncias abertas na Presidência é feito o mesmo procedimento. Ou seja, a Secretaria de Controle Interno, à qual a Coreg é subordinada, instaura um processo de acompanhamento da apuração original.
Os tucanos vão protocolar esta semana requerimento para convocar Gilberto a depor na Câmara. Para Sampaio, Gilberto ameaça a apuração sobre Rosemary, por ser um petista ligado ao ex-presidente Lula. "Fica evidente a sua intenção de anular a investigação e, dessa forma, proteger Lula e Rosemary", diz a nota.
Um documento produzido pela investigação paralela, obtido por "Veja", diz que a competência de investigar a funcionária é da Secretaria Geral, e não da Casa Civil. O ofício ainda aponta supostas incoerências na redação da portaria que autorizou a abertura da sindicância. As ressalvas não foram levadas em conta pelo Palácio do Planalto, que deu prosseguimento à sindicância da Casa Civil. No fim, foi instaurado processo disciplinar contra Rose por enriquecimento ilícito.
A Secretaria Geral disse que não interferiu na investigação, não requereu documentos da sindicância e não usou argumentos jurídicos para fragilizar a investigação. Para a pasta, a investigação paralela é um procedimento comum.
Fonte: O Globo
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