Gustavo Uribe
SÃO PAULO - Em mais uma sinalização de que não aceita uma aliança do PSB com o PSDB em São Paulo, a Rede Sustentabilidade divulgou nota ontem na qual criticou a violência policial no protesto contra a Copa do Mundo, realizado no sábado (25) na capital paulista, e defendeu que seja refutada prática "de traços ditatoriais" do governo Geraldo Alckmin (PSDB) que, segundo ela, é caracterizada "por abusar da violência contra manifestantes".
No texto, o grupo, que foi englobado pelo PSB e que tem a ex-senadora Marina Silva como uma das lideranças, lembrou do episódio de violência policial contra o estoquista Fabrício Proteus Chaves, de 22 anos, que foi baleado por forças policiais após a manifestação do final de semana, em São Paulo. Segundo a Rede Sustentabilidade, excessos cometidos em protestos "exigirão intervenção ativa do Estado", mas requerem conduta "ponderada" e "precisa" dos apartos de segurança.
"É preciso refutar essa prática, de traços ditatoriais, do governo (Geraldo) Alckmin, que caracteriza-se por abusar da violência contra manifestantes, agredindo de forma inequívoca o estado de direito e a cidadania. O atentado contra a vida do jovem Fabrício Chaves enfraquece a vida de nossa democracia incompleta. Por isso, exigimos que os responsáveis criminais e políticos por essa tragédia sejam punidos exemplarmente", criticou.
De acordo com o grupo, para interromper o "perverso histórico de violência policial que tem caracterizado o Estado brasileiro", é necessário que o princípio da não-violência "seja adotado pelas diversas polícias do País".
"Só a conduta não-violenta, praticada como regra, não como exceção, inclusive, e especialmente, pela polícia, pode expressar uma opção clara e radical da nação pela democracia", ressaltou.
No final do ano passado, em conversa com o presidente nacional do PSB, Eduardo Campos, Marina Silva vetou uma aliança do PSB com o PSDB em São Paulo. Em troca, ela aceitaria ser a candidata a vice do PSB nas eleições presidenciais deste ano. Para segurar o aliado, o governador de São Paulo chegou a oferecer ao PSB o posto de vice-governador na disputa estadual, mas emissários de Eduardo Campos já informaram ao PSDB de São Paulo que o partido deve lançar mesmo uma candidatura própria.
Fonte: Jornal do Commercio (PE)
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