- Correio Braziliense
Pressão monetária
O governo já encontrou um mote para tentar influir no futebol brasileiro sem que soe o alerta da Fifa ou a própria Confederação Brasileira de Futebol (CBF) de ingerência indevida, o que não é permitido por lei por se tratar de instituições privadas. A ordem é evitar qualquer vinculação direta das autoridades públicas com intervenção, especialmente, depois do que ocorreu na Nigéria. Lá, a federação internacional deu um prazo de uma semana — até a próxima terça-feira — para que o governo dissolva a comissão especial encarregada de buscar soluções para a gestão do futebol no país. Se o governo nigeriano continuar com isso, o país pode ser banido da Fifa, uma instituição privada. Pelo sim, pelo não, as autoridades brasileiras vão apostar na cobrança dos impostos das entidades esportivas nacionais e, por tabela, investir cada vez mais na tese de que verba pública só para quem cumprir algumas regras.
Em tempo: Há quem observe que as tentativas de transformar os clubes e a própria CBF em instituições mais transparentes sempre ocorrem quando o Brasil vai mal nos gramados e, depois, essa onda se desfaz.
O jeitinho de Pelé...
Sexta-feira, às 8h da matina, véspera do jogo Argentina e Bélgica, toca o telefone do ex-secretário de Cultura do Distrito Federal Silvestre Gorgulho: "Silvestre, é o Pelé. Uns amigos argentinos têm ingresso para o jogo, mas não têm slot para pouso do jatinho em Brasília. Você pode ajudar?" Silvestre entra em ação. Telefona daqui, de lá, liga para um, liga para outro e, no fim do dia, estava resolvido.
... para los Hermanos
O Lear Jet 60 dos argentinos conseguiu pousar na Base Aérea de Brasília, às 11h30 da manhã, em tempo de ir até o estádio numa van. Autoridades, dois empresários e um banqueiro assistiram ao jogo e, ao final voltaram a Buenos Aires. Ontem, tentaram de novo, mas acabaram encontrando outros ajudantes para pousar no Rio. A ajuda de Pelé, entretanto, não se repetirá na torcida. No domingo, o rei do futebol vai torcer para a Alemanha.
Se subiu, vai descer
Com pesquisas nas ruas para auferir o humor do eleitorado, a aposta dos políticos é que, da mesma forma que a presidente Dilma Rousseff recuperou pontos com o eleitorado por conta do sucesso da Copa, o chocolate alemão na Seleção Brasileira poderá render um recuo. Façam suas apostas.
Colou de novo
A oposição comemorou cada palavra do governo que possam sugerir influência no futebol, ainda que seja a sobrança de impostos. É que, a cada declaração, os governistas jogam por terra todo o esforço em descolar a presidente Dilma do desempenho da seleção nos gramados. E, diante desse quadro, as vaias amanhã não estão descartadas.
Prestações salgadas/ Quem quiser levar o Mini Cooper do senador Delcídio Amaral (PT-MS) pelos R$ 27,5 mil declarados à Justiça Eleitoral terá que arcar com uma conta bem salgada. Na verdade, esse valor foi o que o senador já pagou em prestações ao Banco Alfa, que financiou os R$ 112 mil originais em 36 parcelas de R$ 3.887,50. Está tudo no Imposto de Renda dele, tim-tim por tim-tim. E aí, vai encarar?
As damas da Copa/ Os políticos referem-se à final de amanhã como o jogo das damas: a presidente Dilma Rousseff, anfitriã que entregará a taça; e a final disputada entre a Alemanha, da chanceler Ângela Merkel, e a Argentina, de Cristina Kirschner. Das três, entretanto, apenas Merkel sabe tudo de futebol, capaz de descrever e desenhar jogadas espetaculares num papel. Aliás, isso já foi lembrado aqui. No ano passado, ela deixou o vice-presidente Michel Temer boquiaberto ao contar com detalhes como foi o gol mais bonito do ano.
A ausente na Copa/ A presidente argentina não vem por motivos de saúde, mas, por Buenos Aires há quem diga que "los hermanos" têm o mesmo mito que os brasileiros, dar fama de "pé-frio" a autoridades diante das derrotas de suas seleções. Na Alemanha, entretanto, essas estações são bem separadas.
Ele acreditou!/ O líder do governo no Senado, Eduardo Braga (foto), do PMDB-AM, tem outros motivos para rezar todos os dias pelo sucesso da Petrobras. Entre os bens declarados à Justiça Eleitoral, Braga listou R$ 427 mil em ações da empresa. Hoje, entretanto, a crença dele é a mesma de quase todos os brasileiros: vamos traçar essa laranja! Brasilllllll!
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