Rafael Moraes Moura - O Estado de S. Paulo
BRASÍLIA – Em entrevista exibida na noite desta sexta-feira, 11, no canal por assinatura GloboNews, a presidente Dilma Rousseff disse que as vaias que recebeu no Itaquerão, na abertura da Copa do Mundo, vieram predominantemente da elite branca. A petista, candidata à reeleição, descartou a possibilidade de ser substituída pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva na corrida pelo Palácio do Planalto deste ano e defendeu uma reforma no futebol brasileiro para evitar que alguns estádios se transformem elefante branco.
“Quem compareceu aos estádios, isso não podemos deixar de considerar, foi quem tinha poder aquisitivo pra pagar o preço dos ingressos da Fifa. E aí dominantemente uma elite branca, em alguns casos, 80%, 90%, eram dominantemente elite branca”, afirmou Dilma, ao ser questionada sobre as vaias na abertura da Copa, em São Paulo, no dia 12 de junho.
Apesar do receio de novas vaias, Dilma vai entregar a taça à seleção vencedora da Copa do Mundo neste domingo, 13, no Maracanã.
A presidente voltou a defender uma reforma no futebol brasileiro, destacando que a presença de craques nos gramados deve atrair público pagante às arenas e evitar que alguns estádios se transformem em elefantes brancos. “Temos todos responsabilidade em criar craques, dar oportunidade a jovens, criar o chamado esporte de base, ter em consideração o fato de que temos todas as condições pra encher estádio”, disse.
"Eu acho que tem que fazer o que a Alemanha fez quando perdeu a Eurocopa em 2000 (quando foi eliminada na primeira fase, sem nenhuma vitória). Nós temos de fazer uma reforma no futebol brasileiro", afirmou Dilma, ressaltando a importância de garantir condições de infraestrutura no Brasil similares às verificadas na Europa.
'Volta, Lula'. Questionada sobre a possibilidade de desistir da candidatura pela reeleição para ceder a vaga na chapa a Lula, Dilma respondeu: “Essa possibilidade foi descartada desde sempre.”
Segundo Dilma, os conselhos de Lula “são sempre bem-vindos”. “Ter o presidente Lula ao meu lado é uma vantagem”, comentou, frisando que é “interessante” que pessoas recorram a ele para transmitir algum recado ao Planalto de que estão descontentes.
Dilma evitou opinar sobre o julgamento do mensalão e disse que nenhum partido “está acima de qualquer suspeita”. “Como cidadã, eu posso ter a minha opinião(sobre o julgamento do mensalão), mas não posso no exercício da minha presidência divergir ou concordar com nenhum ato do Judiciário ou do Legislativo”, afirmou. “O que serve pro PT tem de servir pra todos os partidos, o que não é possível é só tratar o PT como sendo o PT que criou a corrupção no Brasil.”
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