Flávia Ayer – Estado de Minas
• Troca na direção do partido em Minas foi intermediada diretamente pelo presidente nacional da sigla, Carlos Siqueira. No ano passado, Lacerda e o então presidente do PSB, Júlio Delgado, tiveram atritos durante as eleições
Num acordo costurado pela direção nacional do PSB, o prefeito Marcio Lacerda assume a presidência estadual do partido em Minas Gerais, no lugar do deputado federal Júlio Delgado. Com a mudança, protocolada ontem na Justiça Eleitoral, Lacerda passa a ocupar o posto de maior articulador das alianças partidárias da legenda no estado e ganha força como protagonista da sucessão na Prefeitura de Belo Horizonte nas eleições de 2016.
A troca na direção do PSB em Minas foi intermediada diretamente pelo presidente nacional do partido, Carlos Siqueira, e já vem sendo discutida há cerca de dois meses. Delgado ocupava o posto desde julho de 2013. “Trabalharei para que o partido tenha espaço em Minas consistente com sua expressão nacional, preenchendo espaço que não é ocupado nem pelo PT nem pelo PSDB”, afirma o prefeito, que se torna o principal articulador político da legenda em Minas e quer atrair novos militantes.
No ano passado, Lacerda e Delgado tiveram atritos durante as eleições. O prefeito declarou dissidência do partido – que tinha Tarcísio Delgado, pai de Júlio Delgado, como candidato próprio – e apoiou a candidatura de Pimenta da Veiga (PSDB) ao governo do estado. “Não há tensão ou insatisfação. Meu compromisso é com o Eduardo Campos (presidente nacional da legenda e candidato à Presidência da República morto em agosto), e não com o Marcio. Tenho um líder que é o Eduardo. Estou tranquilo”, afirma Delgado, que permanece como secretário na executiva nacional.
Na quarta-feira, Delgado se reuniu com a direção nacional para acertar a saída, oficializada ontem, em encontro com a executiva estadual na capital mineira. “É um desejo da direção. Agora vou me dedicar a outras tarefas no partido, com as minhas causas na CPI (da Petrobras), ao legado do Eduardo”, disse Delgado. Segundo o deputado federal, como a fusão entre o PSB e o PPS foi adiada, a direção optou por antecipar as mudanças no comando que ocorreriam com a união dos dois partidos. (Colaborou Bertha Maakaroun
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