Por Cristiane Agostine e Fernando Taquari – Valor Econômico
SÃO PAULO - O presidente estadual do PSB de São Paulo e vice-governador paulista, Márcio França, afirmou ontem que a senadora Marta Suplicy (sem partido-SP) perdeu a prioridade dentro do partido para disputar a Prefeitura de São Paulo. A ex-petista tem negociado a sua filiação à legenda desde abril.
França disse que se Marta quiser concorrer em 2016 terá que enfrentar prévias dentro do PSB. O vice-governador, que é integrante da Executiva Nacional da sigla, disse ainda que o partido poderá apoiar a candidatura do PSDB à prefeitura paulistana e não lançar candidato próprio.
A demora de Marta em definir se irá para o PSB irritou a cúpula do partido em São Paulo, que já fala no isolamento da senadora caso ela ingresse no partido. O comando nacional da legenda havia marcado a filiação da ex-petista para sábado, dia 15, mas foi a data foi adiada e não há previsão de quando poderá acontecer - nem se ocorrerá.
"Certamente Marta perdeu a prioridade de ser candidata. Se ela decidir filiar-se ao partido, vai ter que disputar prévia", disse França, apesar de o PSB não ter outros pré-candidatos definidos para uma eventual disputa interna. "Podemos ainda apoiar o candidato do Alckmin. A posição dele pesa na nossa definição", afirmou o dirigente, referindo-se ao governador do Estado, Geraldo Alckmin (PSDB). Os tucanos ainda não lançaram um pré-candidato na capital.
O presidente do diretório do PSB da capital paulista, vereador Eliseu Gabriel, afirmou que os "ânimos esfriaram" dentro do partido em relação ao ingresso de Marta. "Esperamos pela filiação, estamos angustiados com essa indefinição", disse o parlamentar. "Ela está vacilando muito". O dirigente afirmou que a última conversa que teve com Marta foi há um mês e, desde então, não obteve mais retorno da senadora.
Ex-prefeita de São Paulo e ex-ministra, Marta também articula com o presidente nacional do PMDB e vice-presidente da República, Michel Temer, sua filiação ao partido. Para disputar a Prefeitura de São Paulo em 2016, a ex-petista tem que se filiar a uma legenda até 1º de outubro.
O PMDB paulista ainda não foi procurado pela ex-senadora, que teve conversas informais com Temer em julho, antes do recesso parlamentar. Segundo um dirigente pemedebista, a perspectiva de filiação de Marta ao partido também "esfriou" nas últimas semanas, sendo considerada uma hipótese praticamente descartada no momento.
Até porque, ressaltou o dirigente, Marta aguarda a decisão do Senado sobre a abertura de uma janela para trocas partidárias, no debate da reforma política. A senadora não corre risco de se tornar inelegível ao escolher outra legenda, mas, caso a janela seja aprovada, poderia ganhar rivais dentro da sigla.
Marta foi procurada pela reportagem, mas informou por meio de sua assessoria que não iria se pronunciar. Popular na periferia paulistana, a senadora tende a retirar votos do prefeito e provável candidato à reeleição, Fernando Haddad (PT), no principal reduto petista da cidade. Na capital, o PRB já lançou a pré-candidatura do deputado federal Celso Russomanno e o PP, do apresentador José Luiz Datena.
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