• Preocupação de auxiliares da presidente é que, se sentir que foi abandonado tanto pelo governo quanto pelo PT, o senador lance mão de acusações contra o Planalto
Isadora Peron - O Estado de S. Paulo
BRASÍLIA - Após o Senado decidir nessa quarta-feira, 25, manter a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) de prender o senador Delcídio do Amaral (PT-MS), o Palácio do Planalto teme que o petista decida fazer uma delação premiada com o objetivo de comprometer o governo.
A preocupação de auxiliares da presidente Dilma Rousseff é que, se sentir que foi abandonado tanto pelo governo quanto pelo PT, Delcídio lance mão de acusações contra o Planalto.
Os acordos de delação premiada têm sido a base da Operação Lava Jato. Para conseguir reduzir a pena, porém, o investigado tem de apresentar provas dos fatos relatados.
A prisão de Delcídio deixou o governo em alerta porque ressuscita o escândalo da refinaria da compra da refinaria de Pasadena, em 2006, quando Dilma era ministra-chefe da Casa Civil. A presidente foi a responsável por dar o aval para o negócio, que foi fechado com um preço superfaturado.
Quando o escândalo veio à tona, Dilma disse que havia autorizado a transação com base em um relatório produzido por Nestor Cerveró, então diretor da área internacional da Petrobrás.
Líder do governo, Delcídio foi preso na quarta-feira após o STF entender que ele tentou obstruir as investigações da Operação Lava Jato. Em uma gravação, o senador aparece oferecendo uma mesada de R$ 50 mil para que Cerveró não fizesse um acordo de delação premiada ou não citasse o seu nome caso resolvesse fazer.
Na quarta, a avaliação do Planalto era que a atitude de Delcídio foi “indefensável” e que o senador havia agido por conta própria, não em nome do governo.
Nenhum comentário:
Postar um comentário