Renan Marra, Carolina Linhares – Folha de S. Paulo
SÃO PAULO - Um eventual governo Michel Temer (PMDB) teria a menor oposição desde 1992, quando Itamar Franco assumiu a Presidência após o impeachment de Fernando Collor.
Apenas 17,5% dos deputados seriam contrários à gestão do peemedebista. A oposição seria formada basicamente por quatro partidos: PT, PDT, PC do B e PSOL.
Juntas, as legendas contrárias a Temer somariam 90 parlamentares, já que o PDT deve expulsar seis deputados que votaram a favor do impeachment da presidente Dilma Rousseff no domingo (17).
Após a destituição de Collor, Itamar Franco assumiu o governo com cenário ainda mais favorável: apenas 50 dos 503 deputados faziam parte da oposição –cerca de 10%.
Governos petistas enfrentaram mais opositores quando começaram seus mandatos. Em 2003, quando o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva assumiu, a Câmara tinha 190 dos 513 deputados em partidos da oposição, um total de 37%.
Dilma, por sua vez, viu a porcentagem de opositores saltar de 21,6% quando assumiu a Presidência pela primeira vez, em 2011, para 34,3% quando foi reeleita, em 2014.
O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso teve a terceira menor oposição desde Collor, com cerca de 20% dos deputados contra ele quando foi eleito pela primeira vez, em 1994.
Base aliada
Apesar da crise político-econômica do país, Temer deve começar eventual governo com base forte ao seu lado. Os partidos que fecharam com o peemedebista até agora têm um total de 244 deputados. O número pode chegar a 386, caso siglas como PSDB, DEM e PSB formem aliança formal com seu governo.
Seria a base mais expressiva segundo levantamento do Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar, que considera os números desde o governo Collor.
Até agora, o presidente com o maior apoio ao assumir foi justamente Dilma em seu primeiro mandato, com 351 deputados ao seu lado. Em 2014, contava com 304.
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