• Eunício Oliveira negou atropelos na votação; para a oposição, novo governo não mostrou força por não ter legitimidade
Daiene Cardoso, Rachel Gamarski e Valmar Hupsel Filho - O Estado de S. Paulo
BRASÍLIA - O líder do PMDB no Senado, Eunício Oliveira (CE), deixou a sessão do Congresso que aprovou a nova meta fiscal de 2016 comemorando a primeira vitória do governo Michel Temer. "Ficou demonstrado aqui uma maioria bastante significativa votando com o governo. Então há um sentimento do Congresso de apoio amplo ao presidente em exercício Michel Temer", declarou o peemedebista.
Eunício negou atropelos na votação, que ao final se deu de forma simbólica. O líder do PMDB destacou que a oposição liderada pelo PT errou em pedir verificação da votação de um requerimento em momento inapropriado, o que facilitou um desfecho rápido para a sessão. Os trabalhos de deputados e senadores começaram por volta das 11h30 da manhã de terça, 24.
Questionado sobre a delação premiada do ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado, Eunício disse não ter nenhuma preocupação com as revelações do delator noticiadas na terça pelo jornal "Folha de S.Paulo". Para Eunício, a revelação de que o presidente do Congresso, Renan Calheiros (PMDB-AL), disse a Machado ser favorável à mudança na lei de delação premiada é uma posição pública. "Não vejo nenhuma novidade", afirmou.
Oposição. O ex-líder do governo Dilma Rousseff no Senado, Humberto Costa (PT-PE), disse que a aprovação da nova meta é um "cheque em branco" ao governo interino. "Esse déficit de R$ 173 bilhões é artificial, é inflado", comentou. O petista afirmou que a gestão do PMDB busca um discurso para poder remanejar recursos de uma rubrica para outra e dizer que a meta foi cumprida no final do ano.
Costa reclamou que Renan adotou nesta madrugada uma postura diferente das votações do governo petista, mas ele reconheceu que a oposição errou ao pedir verificação em um tema secundário, quando a votação nominal deveria ser feita no texto principal. "Talvez seja ainda um pouco de falta de costume de ser oposição", admitiu.
O petista negou que o novo governo tenha demonstrado força na votação da meta fiscal porque a oposição conseguiu arrastar a votação por horas. "Apesar de haver um indicativo de que há uma base de sustentação do governo na Congresso, na sociedade essa base é absolutamente inexistente. Ninguém governa sem base no Congresso, mas também ninguém governa sem base na sociedade", concluiu. O senador acha difícil a base de Temer se manter no mesmo nível em debates de projetos mais polêmicos.
Costa acredita que o governo Temer continuará se desgastando por não ter legitimidade. "Acredito que o governo não tem uma perspectiva positiva pela frente. No momento em que formos votar a etapa final do impeachment, eu acho que ele não vai estar com força suficiente para impedir que Dilma volte", finalizou
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