André Guilherme Vieira e Letícia Casado - Valor Econômico
SÃO PAULO E BRASÍLIA - A Polícia Federal (PF) prendeu preventivamente o ex-ministro Paulo Bernardo (PT-PR), que participou dos governos Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff, durante a Operação "Custo Brasil", deflagrada nesta quinta-feira. O ex-ministro foi preso em apartamento em Brasília, mas ficará na carceragem da PF em São Paulo.
A operação é o primeiro desmembramento da Operação Lava-Jato em São Paulo e apura propina em contratos de R$ 100 milhões para serviços de informática entre 2010 e 2015 feitos entre o Ministério do Planejamento e a empresa Consist.
O advogado Guilherme Gonçalves, que trabalhou para a campanha eleitoral da senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR), mulher de Paulo Bernardo, também teve prisão decretada pela Justiça Federal de São Paulo. Responsáveis pela coordenação jurídica das campanhas de Gleisi em 2008, 2010 e 2014, os escritórios do advogado Guilherme Gonçalves receberam R$ 7,2 milhões das empresas suspeitas de participarem do esquema de corrupção e pagamento de propina ligado à atuação da Consist no Planejamento, segundo a PF.
Outro ex-ministro nos governos do PT é alvo da operação - Carlos Gabas, que ocupou o ministério da Previdência. A PF cumpriu mandado de condução coercitiva em relação a ele.
Os agentes do Comando de Operações Táticas (COT) cumprem ainda mandados de busca e apreensão na sede do PT em São Paulo, onde apanham documentos e computadores.
Custo Brasil
A ação policial desta quinta-feira é um desdobramento da fase Pixuleco 2 da Operação Lava-Jato, deflagrada em 13 de agosto de 2015 e que levou à prisão do ex-vereador do PT em Americana Alexandre Romano. Romano fez delação premiada homologada pela 6ª Vara da Justiça Federal de São Paulo.
A Custo Brasil investiga se o Ministério do Planejamento direcionou contratação de empresa de prestação de serviços para gerir crédito consignado em folha de pagamento de funcionários públicos federais com bancos privados, interessados na concessão de crédito consignado. Os contratos suspeitos foram feitos na gestão Paulo Bernardo.
A investigação foi aberta em dezembro de 2015 para apurar crimes de tráfico de influência, corrupção ativa, corrupção passiva, lavagem de dinheiro e organização criminosa. Estão sendo cumpridos 11 mandados de prisão preventiva, 40 de busca e apreensão e 14 de condução coercitiva em São Paulo, Rio Grande do Sul, Pernambuco e Distrito Federal.
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