• PF cumpre mandado de busca e apreensão na casa de Gleisi Hoffmann e sede do PT em SP
Jailton de Carvalho / Isabel Braga / Sérgio Roxo – O Globo
BRASÍLIA e SÃO PAULO - O ex-ministro do Planejamento, do governo de Luiz Inácio Lula da Silva, e das Comunicações, no primeiro mandato de Dilma Rousseff, Paulo Bernardo foi preso pela Polícia Federal (PF) na manhã desta quinta-feira, em Brasília, na Operação Custo Brasil, um desdobramento da 18ª fase da Lava-Jato. Ele é casado com a senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR). A residência do casal em Curitiba foi alvo de busca e apreensão. Policiais federais também cumprem um mandado de busca na sede do PT, no centro de São Paulo.
A operação apura o pagamento de propina, proveniente de contratos de prestação de serviços de informática com a empresa Consist, na ordem de R$ 100 milhões, entre os anos de 2010 e 2015, a pessoas ligadas a funcionários públicos e agentes públicos do Ministério do Planejamento. O caso foi revelado pelo GLOBO em agosto do ano passado.
Na sede do PT, a busca se concentrou na sala da tesoureira do partido, que era comanda por João Vaccari Neto, que está preso por causa da Lava-Jato, em Curitiba. No local, foram apreendidos documentos. De acordo com agentes, não foi encontrado dinheiro no local.
A Polícia Federal também está fazendo busca e apreensão em endereços do ex-ministro da Previdência Carlos Gabas e do jornalista Leornardo Attuch. O ex-ministro foi conduzido coercitivamente para depor em Brasília. Gabas também é investigado por suposto envolvimento na contratação ilegal e recebimento de propina da Consist, para prestar serviços sobre crédito consignado, no período em que Paulo Bernardo era ministro do Planejamento. Attuch também foi levado coercitivamente para depor, mas em São Paulo.
Além da prisão de Paulo Bernardo, são cumpridos outros dez mandados de prisão preventiva, 40 mandados de busca e apreensão e 14 mandados de condução coercitiva nos estados de São Paulo, Paraná, Rio Grande do Sul, Pernambuco e Distrito Federal. Os mandados foram expedidos pela 6ª Vara Criminal de São Paulo. Ainda segundo a PF, os investigados responderão pelos crimes de tráfico de influência, corrupção ativa, corrupção passiva, lavagem de dinheiro e organização criminosa, com penas de 2 a 12 anos de prisão. Os presos apreendido serão encaminhados à sede da Polícia Federal em São Paulo.
Segundo a Polícia Federal, há indícios de que o Ministério do Planejamento direcionou a contratação da Consist para a gestão do crédito consignado na folha de pagamento de funcionários públicos federais com bancos privados, interessados na concessão de crédito consignado. De acordo com a apuração, 70% dos valores recebidos por essa empresa eram repassados a pessoas ligadas a funcionários públicos ou agentes públicos com influência por meio de outros contratos fictícios.
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