A agenda prioritária para 2024
O Globo
Atenção deve estar no corte de gastos,
conclusão da reforma tributária, reforma administrativa e pauta ambiental
O ano de 2024 será desafiador para o Brasil.
A conjunção de uma economia em desaceleração e eleições municipais exigirá do
governo e do Congresso disciplina para não sucumbir ao populismo ou à
complacência. Para o país garantir mais crescimento, mais trabalho, mais renda
e mais equidade, Executivo e Legislativo terão de trabalhar duro.
A agenda prioritária deveria contemplar cinco
itens: 1) controle dos gastos públicos para evitar uma crise fiscal; 2) votação
de leis complementares à reforma tributária para garantir o mínimo de exceções
e a simplificação do novo sistema de impostos; 3) aprovação da reforma
administrativa para elevar a eficiência do Estado; 4) atenção à agenda
ambiental, em especial ao mercado de carbono e ao combate ao desmatamento; 5)
legislação para coibir manipulação por inteligência artificial na campanha
eleitoral.
Que ninguém duvide. O maior desafio está na economia. A dívida pública brasileira estará perto de 75% do PIB quando saírem os números oficiais de 2023, percentual alto para um país emergente. Pelos cálculos da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), ao final de 2024 deverá estar perto de 80% do PIB nos governos federal, estaduais e municipais. Dívida alta significa mais gasto com juros, menos dinheiro para investimentos e menor capacidade de crescer.