quinta-feira, 24 de outubro de 2024

Bruno Boghossian - A esquerda tem agora dois problemas sobre a mesa

Folha de S. Paulo

Antes de solucionar dilema da agenda identitária, grupo vê remédios econômicos com menos eficácia

Depois da onda da direita de 2018, líderes da esquerda puseram sobre a mesa um problema e uma solução. Para políticos veteranos, parte do desgaste daquele ciclo era reflexo da adesão em massa a valores conservadores e da consequente rejeição ao PT e outros partidos. Uma das propostas para sair do enrosco envolvia a redução do peso da pauta de costumes e a reconquista do eleitor pelo discurso econômico.

Os anos se passaram, e a esquerda ancorou sua volta ao poder no personagem que simbolizava uma plataforma de transferência de renda e redução de desigualdades. Ele trazia no bolso uma carta aos evangélicos para suavizar desconfianças, além de se escorar no pilar laico da preservação da democracia.

O ambiente político atual e os últimos resultados eleitorais sugerem que a esquerda tem agora dois problemas sobre a mesa. Acenos tímidos ao público conservador tiveram efeitos igualmente tímidos, enquanto itens do programa econômico se mostram incapazes de sensibilizar segmentos importantes.

Na última década, a consolidação do eleitorado conservador fez com que alguma tensão se acumulasse na esquerda. Pragmáticos radicais diziam que era preciso baixar o tom da chamada pauta identitária para não afugentar uma parte considerável do país. Setores ligados à defesa das minorias, por sua vez, consideravam urgente enfrentar de peito aberto o que já se transformava numa guerra cultural.

A visão do primeiro grupo prevaleceu em muitas elites partidárias, formadas por veteranos menos conectados à agenda identitária e convencidos de que a fórmula econômica era suficiente para obter vitórias políticas. A ideia de que ganhos de renda e outros benefícios desobstruiriam pontes com evangélicos e a classe média, porém, era mais frágil do que esses políticos pensavam.

Até aqui, ninguém encontrou um ponto de equilíbrio capaz de permitir à esquerda caminhar sobre a corda bamba da agenda de costumes sem perder sua identidade nem abandonar convicções importantes. A busca por uma nova mensagem econômica que caia bem nas periferias urbanas e nas classes trabalhadoras representa um desafio parecido.

 

4 comentários:

Anônimo disse...

Por mais que tente fazer maquiagem, mudar de figurino à esquerda já é conhecida pelo povo pela sua incompetência pela sua característica corrupta de administrar as coisas públicas e principalmente por esse viés cultural dos costumes contrário a maioria da população brasileira
E pra completar assumiu de vez seu viesse autoritário , que junto com STF estão impondo uma ditadura violenta , prendendo , cassando Censurando e perseguindo a oposição conservadora
Aqui no Brasil e no mundo , a esquerda está ladeira abaixo e não tem volta , o povo já conhece e provou o seu veneno , e está dizendo não

Anônimo disse...

Perde a visão de processo e do movimento histórico das civilizações que não se prende a ideologias - anti e pró - mas da consideração, na medida da possível isenção, do papel do Estado e das Instituições no zelo da coisa pública principalmente cuidados ambientais, segurança e educação de base...discurso vazio é o que é....vento e dispersão...

ADEMAR AMANCIO disse...

Os gays sofrem preconceito porque vivem de mentira,exceto eu - As lesbianas também mentem que é uma maravilha,rs.

ADEMAR AMANCIO disse...

Tá certo que a maioria das lésbicas curte outras lésbicas,gay gosta de hétero,o sofrimento acaba sendo pior ainda.