quarta-feira, 27 de novembro de 2024

Duro de matar - Hélio Schwartsman

Folha de S. Paulo

Horror a dissonâncias cognitivas explica resistência de bolsonaristas em aceitar informações desfavoráveis ao ex-presidente

Parte significativa dos 25% de eleitores que se declaram bolsonaristas convictos continuará a bater continência para o ex-presidente independentemente do que a Justiça prove contra ele.

Isso tem muito a ver com a arquitetura de nossos cérebros, que têm horror a dissonâncias cognitivas. Elas se dão quando existe uma contradição entre ideias nas quais temos grande investimento emocional e a realidade. Esse choque é mentalmente doloroso, daí que o cérebro se vale de subterfúgios para reduzir a distância entre o desejado e o verificado. São as autojustificativas.

Drew Westen observou em aparelhos de ressonância magnética cérebros de militantes políticos tentando apaziguar dissonâncias e verificou que os circuitos neuronais utilizados no processo são os sistemas de recompensa, os mesmos envolvidos na dependência de drogas. Os militantes parecem sentir prazer quando conseguem "tirar" seu líder favorito de um embaraço.

Há vários caminhos para isso. O menos sofisticado deles é acionar o viés de confirmação e simplesmente ignorar o dado que causa incômodo. Mas nem sempre é possível fingir que não viu. Aí, o sujeito pode recorrer a narrativas que reduzam a incongruência entre o esperado e o constatado. É a raposa da fábula de Esopo dizendo que as uvas que ela não consegue alcançar estão verdes.

Militantes mais rebuscados (ou mais pressionados) podem subverter os próprios conceitos. Eleitores de Donald Trump e Jair Bolsonaro não encontram dificuldades para afirmar que votam para salvar a democracia. Eles simplesmente a redefinem em termos que satisfaçam a suas necessidades de autojustificação, coisas como combater a "tirania judicial" ou defender a liberdade de expressão. No limite, dá até para insurgir-se contra os fatos, afirmando ter havido fraudes mesmo que não exista o menor indício delas.

O que nos salva é que uma parte não desprezível das pessoas, em geral as menos apaixonadas por ideologias, reage racionalmente e muda de posição de acordo com as novas informações que receba. Esse grupo já nos livrou de Bolsonaro em 2022.

8 comentários:

Anônimo disse...

Hélio você que no passado escreveu uma coluna onde você Defendia a tese de que Bolsonaro tinha que morrer e que a morte dele ia ser um bem para o Brasil e para a humanidade , falou seu menor constrangimento inclusive dando opções do assassinato e tudo passou batido porque você é do esquema, você é de esquerda
Mas vamos ao que interessa
Você deve ter conhecimento , espero , da trama do Departamento do Estado e da Cia Americana em que vieram intervir diretamente no nosso processo eleitoral Inicialmente começando lá em 2020 orientando o Tribunal Superior Eleitoral com cartilhas Americanas de como censura oposição e o Moraes então presidente do TSE executou fielmente
E posteriormente diretores do departamento de Estado Americano , do Pentágono e da Cia vieram aqui pessoalmente intimidar e ameaçar as nossas autoridades e o auto comando militar para não questionarem o resultado das eleições e muito menos Pedir a comprovação do código-fonte das urnas eletrônicas , e assim os americanos praticamente deram posse ao Lula Isso ninguém fala, o grande golpe que foi dado na nossa cara e nas barbas do Bolsonaro

Mais um amador disse...

" Toda a segurança do sistema de votação eletrônico brasileiro é baseada principalmente em dois atributos: integridade e autoria (autenticidade).

Na prática, o que isso significa? A integridade garante que não houve nenhuma modificação no programa que faz a urna funcionar desde que ele foi colocado lá dentro (e em nenhum outro programa usado no processo eleitoral). A autoria assegura que aquele programa é autêntico, foi mesmo produzido pelo TSE. Ou que aquele resultado de votação saiu mesmo de uma urna original, produzida pelo TSE.

E como isso funciona? Todos os programas de computador são escritos em linguagem de programação, linha por linha, determinando como o sistema vai funcionar. Esse conjunto de comandos se chama código-fonte. Com a urna eletrônica, não é diferente. Os programas que fazem a urna funcionar são totalmente desenvolvidos pelo TSE para cada eleição, em um processo de melhoria e aperfeiçoamento constante.

Já ouviu falar que o código-fonte é secreto, que ninguém pode inspecioná-lo e ver se tem algo errado lá? Ou que não é possível fazer auditoria nas urnas eletrônicas? É mentira. É possível fazer auditoria nas urnas em diversos momentos, e várias são feitas ainda antes da eleição (e também é possível fazer depois). "

Fonte: TSE

😏😏😏

Anônimo disse...

E como está chegando o Natal você também acredita em Papai Noel
Tudo conversa fiada é só aguardar
O golpe americano da administração Biden será revelado E vocês todos ficarão com cara de tacho
Mas os militares e os funcionários que foram pressionares e cederam serão identificados e punidos em um futuro próximo
Muita coisa vai acontecer
Aguardem

Mais um amador disse...

Por essas e outras que o colunista está coberto de razão.

😏

Anônimo disse...

Incrível, exemplo cabal de que a tese que o artigo sustenta está perfeitamente correta.

Anônimo disse...

Exatamente, apenas que, confirmando a tese do artigo, de nada adianta a razão para convencer os fanáticos integrantes do tal 25%.

Anônimo disse...

Perda de tempo tentar argumentar com a parcela dos 25%.

ADEMAR AMANCIO disse...

Verdade! Correto! Exatamente!