Folha de S. Paulo
Necessidade de reindustrialização,
valorização do trabalho decente e adaptação às mudanças tecnológicas são
questões centrais
O ano de 2024 carimbou um período
significativo para o mercado de trabalho brasileiro, com o Ministério do
Trabalho e Emprego (MTE) consolidando sua liderança em questões essenciais como
a geração de empregos, a promoção da igualdade e o enfrentamento à precarização.
Entre os destaques, está a redução histórica
na taxa de desemprego,
que atingiu
6,1% no trimestre encerrado em novembro, menor índice desde o início da
série da Pnad Contínua em 2012, do Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística (IBGE). Esse dado reflete não apenas uma economia em recuperação,
mas também políticas públicas que priorizam a ocupação formal e a dignidade no
trabalho.
O crescimento foi acompanhado por avanços salariais consistentes, com a renda média de R$ 3.255,00 em outubro de 2024, uma alta de 3,9% em comparação ao mesmo período do ano anterior.
O apoio emergencial a trabalhadoras e
trabalhadores afetados pelas enchentes no Rio
Grande do Sul reforçou o papel do MTE em momentos sociais críticos com
a destinação de R$ 153,2 milhões para cerca de 100 mil trabalhadores. A ação
permitiu a proteção de empregos e contribuiu para a reconstrução do estado.
A implementação da Lei de Igualdade Salarial,
aprovada em 2023, foi outro marco. Os primeiros resultados expuseram as
disparidades persistentes, com mulheres ganhando, em média, 20,7% menos do que
os homens, especialmente em empresas com mais de cem funcionários. A lei exige
que as empresas revisem distorções e promovam um ambiente equitativo, com foco
em grupos historicamente marginalizados, como mulheres negras.
A revolução tecnológica e o avanço da inteligência
artificial (IA) foram temas centrais em 2024. Durante a Conferência da
Organização Internacional (OIT), em Genebra,
na Suíça,
enfatizamos a necessidade de um debate ético sobre a IA para garantir que a
inovação tecnológica não seja excludente. Programas como a "Escola do
Trabalhador 4.0" capacitaram mais de 1,5 milhão de brasileiros,
preparando-os para os desafios da transformação digital.
Pactos setoriais no período reforçaram a
responsabilidade das cadeias produtivas, resultando no aumento das contratações
formais e na garantia de direitos. Na viticultura, na primeira safra, em 2024,
após a ação de resgate, entre outras medidas, houve aumento de mais de 300% na
contratação formal na colheita de uva.
Iniciamos 2025 com avanços históricos no
retrovisor e atentos para os desafios futuros. A necessidade de
reindustrialização, a valorização do trabalho decente e a adaptação às mudanças
tecnológicas são questões centrais para este novo período. O compromisso com
qualificação profissional e inclusão digital será essencial para garantir um
mercado mais justo e sustentável. O menor índice de desemprego em anos é apenas
o começo. Seguiremos firmes na missão de criar ocupação e emprego de qualidade
para toda a classe trabalhadora brasileira.
*Ministro do Trabalho e Emprego; foi
presidente da CUT (Central Única dos Trabalhadores) e prefeito de São Bernardo
do Campo (SP)
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